Rubrica «Bons Pais, Bons Filhos»: A Guerra entre os meus filhos

 

Com todas as preocupações e exigências diárias, os pais são confrontados e chamados a resolver as guerras entre os filhos!
- “Ohhhh mãeeeeeeee olha ele!”;

 - “Ele quer bater-me”!

Lá vamos nós outra vez…. Mais uma queixa… mais um pedido de ajuda de um dos meus filhos em relação ao outro. Mas que diabo… estes meus filhos não se conseguem comportar como irmãos! Todos os dias a mesma coisa! Parecem cão e gato!
Isto começa a ser demais! Não há paciência!
Quem tem mais do que um filho em casa, sabe, certamente, do que estamos aqui a falar. 
Sim, os filhos brigam entre si! Os pais têm que ter paciência e mediar os conflitos, desacordos e discussões que podem acontecer por todo e qualquer motivo. Os irmãos costumam brigar entre si por situações completamente banais como um lugar no carro, um brinquedo, porque o irmão usou uma peça de roupa sem pedir, porque entrou no quarto sem autorização e por tantas outras coisas.
Os conflitos entre irmãos são comuns à condição humana e é a “discutir” que as crianças aprendem a expressar os seus sentimentos, a negociar e a resolver problemas. As discussões são tão importantes como os atos de camaradagem e cumplicidade, contribuindo para o seu desenvolvimento sócio emocional. 
Para os pais, estas guerras entre os filhos trazem muitas vezes um sentimento de culpa, primeiro por não conseguirem evitá-las e depois por fracassarem ao tentar resolvê-las. Existe, no entanto, um limite que não deve ser ultrapassado nas discussões entre irmãos a violência física e ou psicológica, sendo recomendada a intervenção dos pais caso a situação chegue a esse ponto. 

Coloca-se então a questão:
Quando é a hora certa para intervir?
Dependerá de cada criança, mas regra geral, a hora certa para os pais intervirem e interromperem a briga é quando um dos filhos está completamente alterado, a chorar muito ou a gritar bastante. Nesta situação de descontrolo, a criança perde a razão e toma atitudes impensadas e irrefletidas. A boa notícia é que as brigas podem ser diminuídas se os pais estiverem dispostos a dar alguns passos importantes:
1º Passo: Mantenha a calma: Separe as crianças logo no começo da briga;
2º Passo: Não faça qualquer comparação entre os seus filhos: Não tome partidos, corre o risco de fazer com que um dos seus filhos se sinta mais amado e valorizado do que o outro; 
3º Passo: Não grite: Gritar só ajuda a intimidar;
4º Passo: Fale com as crianças separadamente: Fale com os seus filhos em separado, sobre o que aconteceu e sobre a origem da discussão, tendo sempre em conta o ponto de vista de cada um;
5º Passo: Faça reuniões de família: junte todos os elementos da família, quando estes estiverem calmos. Comece as reuniões mostrando aos seus filhos que os ama muito. Dê-lhes a oportunidade de participar na resolução do conflito e de arranjarem, eles próprios, a solução para os seus problemas;
6º Passo: Ensinar Princípios: Quando há regras em casa, quando os ensinamos a amar o próximo, a dividir e a respeitar, a resoluções de conflitos fica mais simples;
7º Passo: Ensine a dividir e estimule a partilha: incentive os seus filhos a decidirem juntos como partilhar e dividir determinado objeto.

Por isso,
Não julgue e dê o exemplo para que os seus filhos se sintam amados, cuidados e protegidos. 

Célia Ferreira, Mediadora Familiar do CAFAP do Centro Juvenil de S. José

 


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