Júlio Vieira de Castro: "O que está em causa é o fim do Vitória Sport Clube tal qual o conhecemos e tal qual o herdámos dos nossos avós"



Líder da oposição à candidatura de Júlio Mendes nas últimas eleições para a presidência do Vitória, Júlio Vieira de Castro critica a proposta que vai ser levada à Assembleia Geral do próximo sábado. “O que está em causa é o fim do Vitória Sport Clube tal qual o conhecemos e tal qual o herdámos dos nossos avós”, disse, em entrevista à Rádio Santiago.

Qual é a sua opinião sobre a proposta que vai ser discutida na Assembleia Geral do clube no próximo sábado?
Na nossa opinião esta Assembleia Geral é inoportuna. Recentemente o Vitória saiu de um processo eleitoral do qual fizemos parte e em momento algum no projecto desportivo e financeiro que a Direcção eleita apresentou foi feita referência a esta inevitabilidade que agora se nos apresenta, de o clube abdicar de um direito que foi consagrado aquando da constituição da SAD como uma das pedras basilares que asseguraria a posição e interesses do clube. Leva-nos de certa forma a desconfiar sobre quais são os interesses que estão por trás desta súbita necessidade de abdicar desta prerrogativa. Caso esta questão vá para a frente, influenciará muito a gestão da SAD e a convivência que haverá entre o Vitória Sport Clube a a Vitória Sport Clube – Futebol SAD.

O que está em causa para o futuro do Vitória com esta proposta?
Estão a pedir-nos, no ponto 3, um cheque em branco. Estão a pedir eu o clube abdique do direito de veto na nomeação dos Administradores da SAD.

No vosso entender, o que justifica a realização de uma Assembleia Geral com estes pontos?
Segundo diz o presidente da actual Direcção, a opção é apresentada como uma aparente inevitabilidade e como a única solução para captar investimento. Esta necessidade de investimento surge cinco meses depois do projecto da actual Direcção ter sido sufragado pelos sócios. Até parece que o plano financeiro da actual Direcção está a ser tratado hoje. Muitas das pessoas que acompanham a actual Direcção consumiram mais energias durante o período eleitoral a tentar dissecar o nosso projecto financeiro do que apresentar o deles e agora parece que estão a apresentar o deles. Pior, cinco meses depois apresentam esta proposta como sendo a única capaz de atrair investimento, quando demonstramos que há outros caminhos. A não ser que o Vitória tenha uma necessidade urgente de liquidez, o que parece estranho, até pelo discurso da actual Direcção e pela composição do plantel. O que mudou de Março até agora? O que mudou de Junho até agora? A Direcção volta erros antigos, quando esta Assembleia Geral está a ser feita tendo por base muito pouca informação. Os sócios têm de ter tempo para discutir estas questões, para tirar conclusões e votar em consciência.

Se as propostas da Direcção forem aprovadas o que pode acontecer?
O que está em causa é o fim do Vitória Sport Clube tal qual o conhecemos e tal qual o herdámos dos nossos avós. No nosso entender é isso mesmo que está em causa. Os sócios estão a ser pressionados para decidirem já uma coisa sobre a qual não têm toda a consciência. É um problema que me incomoda muito. Esta questão do direito de veto é um dos poucos problemas que o Vitória ainda tem dentro de uma SAD em que é minoritário. Abrir mão do direito de veto não é a melhor solução, nem é a solução para resolver os problemas financeiros do Vitória.


Marcações: Júlio Vieira de Castro, Vitória Sport Clube, Assembleia Geral

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