Moreirense condenado a um ano de suspensão das competições desportivas



O Tribunal de Santa Maria da Feira condenou o Moreirense a um ano de suspensão de participação em competições desportivas, depois de considerar como provados quatro crimes de corrupção activa.

Em causa está o caso em que o clube era acusado de suborno de jogadores da Naval e Santa Clara, no decorrer da época 2011/2012, para prejudicarem as suas equipas em benefício do Moreirense.

O Moreirense foi igualmente condenado ao pagamento de 250 euros por dia, durante 450 dias, o que perfaz uma multa no valor total de 112 mil e 500 euros.

Arguidos neste processo, o filho do presidente do Moreirense, Pedro Magalhães, e o antigo vice-presidente, Orlando Alinho, foram condenados a penas suspensas, mediante o pagamento de valores que variam entre os mil e os cinco mil euros a associações de solidariedade.

A sentença do Tribunal de Santa Maria da Feira só entra em vigor quando a pena transitar em julgado, o que significa que apenas será aplicada depois de interpostos todos os recursos. No final da sessão de julgamento, os advogados do Moreirense anunciaram que vão recorrer da decisão, por considerarem que não ter ficado provado o envolvimento do clube nos actos de corrupção que lhe são imputados. O que significa que o Moreirense vai continuar a competir normalmente.

O CASO
O Ministério Público tinha acusado o Moreirense, enquanto pessoa colectiva, de seis crimes de corrupção activa. Além disso, o vice-presidente Orlando Alinho e Pedro Magalhães, filho de Vítor Magalhães, estavam acusados, em co-autoria, dos mesmo seis crimes.

Em causa estava o aliciamento ou tentativa de aliciamento a jogadores de outros clubes, na temporada 2011/2012. De acordo com a acusação, na recta final da temporada 2011/2012, que resultou na subida à Liga, terão sido contactados seis jogadores do Santa Clara e da Naval com o objectivo de facilitarem nos jogos contra o Moreirense. Os jogadores abordados foram Lourenço e Paulo Grilo, do Santa Clara, e ainda João Pedro, Hugo Santos, Manuel Godinho e Williams, da Naval. Contactados por Nuno Mendes, Lourenço, João Pedro e Hugo Santos recusaram a verba oferecida, de 5 mil euros. Manuel Godinho, da Naval, deu a mesma resposta a Sérgio Grilo, que ainda tentou aliciar o irmão, Paulo Grilo, que jogava no Santa Clara com a oferta de 7 mil e 500 euros. Mas, a resposta também foi negativa. Segundo a acusação do Ministério Público, o único jogador que aceitou a oferta dos ex-jogadores ligados ao Moreirense foi Williams. O Ministério Público diz mesmo, na acusação, que foi fácil corromper o brasileiro. Williams ter-se-á encontrado com Nuno Mendes dois dias antes do jogo Naval-Moreirense. Depois, nessa partida acabou por ser expulso, com um cartão vermelho directo. Dias depois, no parque de estacionamento do Estádio do Dragão, o jogador recebeu 5 mil euros em dinheiro.

O caso foi despoletado depois de dois dos jogadores que foram aliciados - Manuel Godinho e Hugo Santos - terem denunciado o caso à Polícia Judiciária, que depois avançou com a respectivas investigações.


Marcações: Moreirense Futebol Clube

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