Miguel Pinto Lisboa: "Fechado o mercado, o jogador que não conta para a equipa técnica, continuará a não contar"



Numa entrevista publicada na edição desta terça-feira do DESPORTIVO de Guimarães, Miguel Pinto Lisboa aborda a reestruturação do plantel do Vitória do ponto de vista dos jogadores excedentários. O presidente do Vitória diz não compreender as razões que levaram alguns jogadores a rejeitar propostas para deixar o clube neste defeso.

Do ponto de vista global, esta reestruturação do plantel faz com que seja possível baixar a massa salarial?: Vai baixar relativamente à temporada anterior. De um modo significativo por duas vias: tanto na vertente dos custos com o pessoal, como na vertente dos FSE´s (fornecimentos e serviços externos).

Sendo que há ainda uma questão muito delicada para resolver que tem a ver com os excedentários.: Está a ser tratada, alguns deles ainda não foi resolvida de forma pouco entendível. Quando temos atletas a quem foram apresentadas quatro propostas de clubes, quer portugueses, quer estrangeiros, que mais do que cobriam o salário e eles não demonstraram abertura...

Consegue encontrar alguma justificação?: Não consigo, a não ser que se sintam confortáveis a treinar à parte. Porque há uma coisa garantida: fechado o mercado, o jogador que não conta para a equipa técnica, continuará a não contar. Não vai ser reintegrado no grupo.

Não é desconfortável ter alguns desses jogadores, que até podiam ser mais-valias financeiras, a treinar à parte?: O mercado está aberto e as propostas que chegaram foram zero. Alguns fizeram a época toda, jogaram como titulares, o mercado pôde observá-los e as propostas não chegaram. 

Não acha estranho que o Vitória tenha feito um grande investimento na contratação do Pedro Henrique há relativamente pouco tempo e que não haja agora mercado para ele e que até pudesse valorizar o clube do ponto de vista financeiro?: É estranho mas é um facto. 

Tem a ver com as actuais condições de mercado?: Não ajudam a que cheguem propostas para determinado perfil de jogadores e, eventualmente por isso, não surgiram para esses jogadores, mas quando dizem que estamos a desvalorizar activos, a verdade é que não houve propostas para eles. 

As propostas de que falou há pouco, foi o Vitória quem as arranjou?.: Sim. Algumas delas não as aceitaram mas há outras em curso que podem vir a aceitar.

Entre equipa A, B e sub-23, nesta altura o Vitória tem mais de 100 jogadores contratualmente ligados ao clube. Isso não é insuportável?: Não é insuportável porque temos suportado, mas a ideia passa por termos menos activos. Mas essa desalavancagem tem de ser gradual, não podemos fazer tábua rasa de contratos que existem. Temos tentado colocar alguns jogadores, outros serão contratados mas tendencialmente a gestão apontará para o emagrecimento do número, porque também pretendemos que os jogadores dos sub-19 possam ter as suas oportunidades noutros patamares.


Marcações: Vitória Sport Clube, Miguel Pinto Lisboa

Imprimir Email