Vitória não tem liquidado policiamento dos seus jogos!

A notícia faz manchete na edição desta semana do jornal 'Desportivo de Guimarães'. Desde Outubro do ano passado que os agentes da autoridade - incumbidos de fiscalizarem a segurança em jogos no D. Afonso Henriques - não vêem um tostão! Em causa, estão montantes que rondarão os 12.500 euros (2.500 contos). A situação provocou mau estar, como prova a dificuldade do Vitória requisitar o policiamento para o jogo de sábado com o Benfica. Há seis meses que a direcção de Pimenta Machado não liquida as requisições policiais destacadas para os jogos profissionais da I Liga, em futebol, que se realizam no Estádio D. Afonso Henriques. A quantia rigorosa do débito não foi revelada por nenhuma das fontes contactadas pelo 'Desportivo', no entanto, a Associação Sócio-Profissional dos Polícias Portugueses (ASPPP) confirmou o incumprimento ao nosso jornal. Aquele organismo sindical prepara, inclusivé, medidas extremas na eventualidade dos agentes não serem reembolsados ainda no decurso desta semana. Aliás, o aquele semanário apurou que a situação está a ficar insustentável, como prova o facto de uma primeira requisição policial para o jogo de sábado com o Benfica não ter sido atendida. A confirmar este descontentamento, entre os agentes, há quem defenda um boicote ao policiamento desse jogo. Cenário pouco provável atendendo à natureza da instituição em causa. No entanto, a ASPPP admitiu equacionar a possibilidade de convocar uma greve nas próximas horas, caso a direcção presidida por Pimenta Machado não regularize a folha de pagamentos até hoje, tal como se responsabilizou em fax enviado no final da última semana para o comando vimaranense. “Houve contactos com alguém ligado à direcção do V. Guimarães que se comprometeu a ultrapassar os problemas até esta terça-feira”, revelou ao 'Desportivo' o presidente da ASPPP, Alberto Torres, comentando um assunto já abordado pelo ‘Expresso do Ave’. Ainda de acordo com informações apuradas, houve já diligências efectuadas pela secção distrital, de modo a superar o diferendo com o Vitória. Luís Barroso tem mediado o ‘conflito’, no en tanto, as suas acções não conheceram progressos nas derradeiras semanas. “Não tenho conhecimento de verbas concretas, por isso mesmo, iremos esperar que prevaleça o bom senso”, declarou o líder dos sindicalistas. Num depoimento àquele semanário, Alberto Torres confirmou ainda a frequência de infracções praticadas por clubes primodivisionários, apontando o exemplo recente do Salgueiros. “De vez em quando, acontecem estas situações devido a dificuldades financeiras, mas esta é a primeira vez que temos conhecimento por parte do V. Guimarães. E, pelos vistos, com algum tempo de atraso...”, ironizou. Despesas variáveis O custo do policiamento depende do contingente destacado para determinado desafio. O montante da requisição interfere directamente com um conjunto de parâmetros já estabelecidos e protocolados. A realização de um serviço diurno/nocturno, bem como a classificação/categoria do agente, grau de risco do jogo, previsão de assistência nas bancadas, entre outras observações, influem no custo da requisição, cujo prazo de liquidação expira num espaço de trinta dias. Em média, um agente policial recebe 25 euros por jogo, sendo certo que o mesmo agente é contratado/remunerado por um período de quatro horas. O valor total da despesa depende, depois, de muitos factores, onde se inclui, igualmente, o número de elementos destacados para coordenar a operação. “Num jogo Porto-Benfica, serão necessários 250 agentes, enquanto que um V. Guimarães-Salgueiros poderá exigir apenas 50 agentes”, exemplificou Alberto Torres, salvaguardando a variabilidade de cada caso específico. Por norma, o custo de policiamento a um jogo de futebol ultrapassará a fasquia dos mil euros, o que pode configurar um total aproximado de 12.500 euros, tendo em conta os seis meses de pagamentos que estão por saldar e referentes aos últimos oito jogos realizados no D. Afonso Henriques. Contactado na tarde de segunda-feira pelo 'Desportivo de Guimarães', o Comandante da PSP de Guimarães foi evasivo no comentário ao assunto. Daniel Mendes afirmou que esse “é um problema interno que diz respeito ao Vitória e à nossa instituição”, naquela que pode ser entendida como a confirmação explícita do atraso nos pagamentos por parte do clube aos agentes da PSP. Convidada, por fax, a tomar uma posição sobre esta matéria, a direcção do Vitória não emitiu qualquer resposta.

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