AVH participa em manifestação no Porto de protesto contra medidas do estado de emergência

A Associação Vimaranense de Hotelaria vai marcar presença na manifestação marcada para o Porto esta segunda-feira de protesto contra as medidas do estado de emergência. Em causa está o recolher obrigatório nos próximos dois fins-de-semana que, na prática, encerra os estabelecimentos de restauração.

Pedro Fernandes, da Associação Vimaranense de Hotelaria, lembra que o sector está no limite da sua capacidade de resistência e que as medidas do estado de emergência podem ser fatais para a sobrevivência de muitas empresas que registam quebras significativas em muitos casos na ordem dos 80%.

"Estas medidas vão acelerar um processo de definhamento de muitas empresas. Já temos alguns colegas a fechar, já temos colegas que estão em situação muito complicada que dentro de semanas, ou mesmo dias, poderão fechar. Temos uma situação algo caricata de um colega que mediante a actual situação decidiu começar a trabalhar apenas aos fins-de-semana e passados dois dias fica a saber que não pode trabalhar ao fim-de-semana. Não tinha clientes à semana e agora não pode abrir ao fim-de-semana".

Para Pedro Fernandes a pandemia coloca três situações aos empresários do sector, "os empresários que descapitalizaram, os que se endividaram e aqueles que estavam mesmo em dificuldades e fecharam na primeira vaga. Neste momento os que se descapitalizaram estão a endividar-se, os que se endividaram estão a pagar e vão começar a fechar. É um processo lento e doloroso ", acrescentou.

Salientando que a situação é particularmente grave, Pedro Fernandes considera que as pessoas deveriam ser aconselhadas a sair em segurança.
"Há medidas naturalmente que têm de ser tomadas, mas o sector da restauração e da hotelaria neste momento é dos locais mais seguros para se estar. Basta fazer um périplo pelo centro da Cidade e ver a forma como a forma como os estabelecimentos estão a funcionar para se ver como são locais seguros", afirmou.

Para aquele dirigente da AVH, "se 70% da propagação da pandemia acontece em contexto familiar porque razão as pessoas não podem sair?". Com esta certeza, Pedro Fernandes entende que "a mensagem que deve ser passada é «saia em segurança», naturalmente com respeito pelas regras determinadas pelas autoridades de saúde, com máscara, com distanciamento social e desinfecção das mãos".


Marcações: Porto , AVH, manifestação

Imprimir Email