Dia Mundial dos Avós e dos Idosos

  

Hoje, segunda-feira, dia 26, celebra a liturgia católica Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus. Por essa mesma razão, ao longo dos tempos, era hoje comemorado o Dia dos Avós.

Para dar mais visibilidade ao dia e realçar a importância dos avós na vida familiar e a sua repercussão na formação dos jovens de hoje, mulheres e homens de amanhã, instituiu o Papa Francisco, o último domingo de Julho, como o “Dia Mundial dos Avós e dos Idosos”.

Para assinalar este primeiro Dia Mundial dos Avós, rezou o Santo Padre, com avós e idosos de várias regiões do mundo, a oração oficial do dia: “ Dou-vos graças Senhor / pelo conforto da vossa presença / mesmo na solidão / Sois a minha esperança e a minha confiança / Desde a minha juventude, sois a minha rocha e fortaleza”.

 O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, um dos Dicastérios de que se compõem a cúria Romana conjuntamente com as Congregações (dos Bispos, da Doutrina da Fé, da Liturgia e Culto Divino, etc), os Tribunais Eclesiásticos e os Pontifícios Conselhos, convidou toda a gente, de modo especial os mais jovens, a celebrar este dia mundial com uma visita aos seus avós ou às pessoas idosas das suas comunidades.

 A Penitenciaria Apostólica, outrora presidida pelo cardeal português Manuel Monteiro de Castro, anunciou, por sua vez, que a celebração do primeiro Dia Mundial dos Avós e dos Idosos contaria com uma Indulgência Plenária que consiste, segundo o direito canónico e o catecismo da Igreja Católica, “na remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa foi já apagada”.

 Tal indulgência poderá ser obtida mediante a participação na celebração presidida pelo Papa ou noutras a decorrer em todo mundo ou a quem dedique tempo a visitar real ou virtualmente irmãos idosos necessitados ou em dificuldade.

Poderão ainda beneficiar de Indulgência Plenária os idosos doentes e todos os que, não podendo sair de casa por graves motivos, se unirem espiritualmente às funções sagradas do Dia mundial dos Avós oferecendo a Deus Misericordioso as suas orações, dores e sofrimentos. 

A presença dos avós na formação dos jovens, no passado e no presente, tem-se manifestado, de um modo geral, de importância fundamental e, em casos especiais, de famílias desmanteladas por acidente ou por divórcios, ainda de um modo mais acentuado.

Os avós são amor que nunca envelhece e sabedoria que nunca acaba. São um verdadeiro concentrado de conhecimento enriquecido com muitas décadas de momentos de alegrias e de sofrimentos vividos.

O convívio entre avós e netos é extremamente saudável e enriquecedor para ambos. Os netos, porque beneficiam de ter um conselheiro fiável e rico em conhecimentos e um sólido apoio que lhes transmite tranquilidade. Os avós, porque ao partilharem o seu enriquecido conhecimento e experiência, se sentem valorizados e reconhecido o seu papel no ensinamento e na formação dos seus netos e não como pessoa já descartada da sociedade.

Todos nós, uns mais do que outros, terão tido já a experiência do resultado positivo do convívio com os seus avós. Outros, como eu, terão também já a sua própria experiência como avós.

 No meu caso, não tendo conhecido os avôs, porque haviam já partido para a eternidade quando em 1952 nasci, tive o privilégio de ouvir os ricos ensinamentos da minha avó, nascida no ano de 1887, que me contava, com pormenor detalhado, os excessos vividos nos primeiros tempos da República; o problema da gripe espanhola, os tempos difíceis da guerra civil espanhola etc. e o importante contributo que deu na minha formação, sobretudo na religiosa.

 Pela ocupação dos nossos pais, era sempre ela que, dispondo de todo o tempo deste mundo, à sua maneira carinhosa nos tratava, nos ensinava e nos acompanhava, vivendo com intensidade as nossas preocupações, sobretudo as escolares.

No meu papel de avô, também eu, não tanto quanto desejaria, vou tentando passar aos meus cinco netos alguns ensinamentos que a memória me vai ainda permitindo. E como me sinto feliz ao ver a alegria que demonstram em ouvir o avô e em querer passar parte das suas férias na casa dos avós.

 É este um dos aspectos que ilustra bem a importância da família na vida das sociedades.

 Guimarães, 26 de Julho de 2021

António Monteiro de Castro

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