Oposição questionou divisão de competências na área do ambiente

A divisão na distribuição de competências relacionadas com o ambiente na equipa da vereação levou a Oposição a mostrar preocupação com os sinais existentes no Município de Guimarães para enfrentar os desafios que se colocam na área ambiental.

Numa intervenção no período antes da ordem do dia, esta quinta-feira, durante a reunião do Executivo vimaranense, o Vereador do PSD, Bruno Fernandes, fez alusão à COP26, a Cimeira do Clima que decorre em Glasgow, na Escócia, considerando que as autarquias também têm responsabilidade na luta contra as alterações climáticas.

Após ter lembrado que o Presidente da Câmara definiu o ambiente como área prioritária há oito anos, Bruno Fernandes defendeu que "fazia sentido que o Município apresentasse resultados" desta aposta, "com informações sobre o contributo de Guimarães no combate às alterações climáticas, para que fosse possível avaliar o trabalho feito".

O representante social-democrata mostrou-se preocupado com os sinais em que "parece que Guimarães está a dar um passo atrás nesta matéria", exemplificando com a distribuição de pelouros em que "o ambiente está partido em dois", com o processo de candidatura a Capital Verde Europeia confiado à Vice-Presidente, Adelina Pinto, e as competências relacionadas com os Serviços Urbanos e Ambiente confiadas à Vereadora Sofia Ferreira. "A questão do ambiente não está focada numa só pessoa e dissociar a Capital Verde Europeia do pelouro do ambiente é um bocado estranho", disse Bruno Fernandes que fez também referência à "mensagem do discurso do Presidente da Câmara", na cerimónia de tomada de posse, "em que o ambiente passou para uma posição secundária, centrando o foco da acção prioritária na cultura, educação e ciência". "Fazemos uma recomendação para que o Município não descentre a sua acção numa questão que é fundamental e que o Sr. Presidente assumiu há oito anos", frisou.

Na reacção, o Presidente da Câmara fez questão de esclarecer: "é central na política pública do Município e no foco da equipa que lidero o desenvolvimento ambientalmente sustentável". "Vinquei esse foco no discurso e associado à economia circular", explicou, apontando a sua relação com os pilares assentes na educação, a ciência e a cultura. "O ambiente é uma questão ligada à alteração de comportamentos colectivos e individuais. É a interiorização de que algo tem de mudar, que não poderemos continuar como até aqui pensando que os recursos da natureza são infinitos. Passa por estes três pilares fundamentais o objectivo do desenvolvimento ambientalmente sustentável", acrescentou. "No âmbito da educação, temos um dos programas de educação ambiental - o Pegadas - mais elogiados pela Comissão Europeia", continuou, destacando a importância da educação para atingir o desígnio económico do desenvolvimento sustentável.

Quanto à distribuição das competências em matéria ambiental, Domingos Bragança sublinhou que a decisão constitui "um reforço". "As questões do dia a dia relacionadas com a gestão daquilo que temos de fazer para que o território seja cada vez mais harmonioso com a natureza ficam com a Vereadora Sofia Ferreira e o processo de candidatura a Capital Verde Europeia com a Vice-Presidente do Município, Adelina Pinto, que assumirá também a presidência da Associação Laboratório da Paisagem", revelou.

Marcações: Câmara Municipal de Guimarães, reunião camarária, reunião quinzenal

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