Casa da Infância intensifica acção comunitária

É uma moradia que passa despercebida numa área residencial de S. Torcato. Aparentemente é uma casa igual a tantas outras, mas o seu interior reserva espaços e equipamentos fundamentais para o desenvolvimento de novas competências junto da vasta comunidade abrangida pelo projecto de intervenção. A funcionar há três anos, a Casa da Infância tem procurado implementar um projecto diferente daqueles que habitualmente caracterizam as instituições de apoio às crianças. No edifício não funcionam valências tradicionais como o jardim infantil ou o ATL.

Sempre de portas abertas, a Casa da Infância dinamiza regularmente várias actividades destinadas à população, sendo delineadas em função das suas expectativas e ansiedades. No fundo, a equipa técnica responsável pelo projecto tenta apreender as vivências comunitárias, envolvendo os actores sociais locais em iniciativas de valorização susceptíveis de serem partilhadas.

Fazendo questão de sublinhar que há uma preocupação muito grande em estimular uma grande proximidade com a comunidade local, Isabel Baptista indica que esse trabalho proporciona a auscultação das necessidades e dos interesses dos interlocutores, sendo possível delimitar estratégias de intervenção.

Em função da apreensão dessa realidade, os responsáveis pela execução do projecto de intervenção comunitária tem a possibilidade de calendarizar acções de formação e outras actividades para corresponder aos anseios da população.

Neste sentido, a Casa da Infância é um instrumento que está sempre ao dispor da comunidade, procurando "promover uma consciência mais activa acerca do valor da infância".
No edifício que serve de sede ao projecto são empreendidas diferentes actividades destinadas a mobilizar as crianças, sob orientação de uma educadora de infância, psicólogas e animadores sócio-culturais.

Apesar do espaço não ser muito extenso oferece as condições indispensáveis para envolver as crianças em iniciativas que estimulam a sua inserção social.

A formação de adultos e até das amas também merece a atenção dos responsáveis
educativos, dado que a instituição disponibiliza o espaço para a animação cultural e para
facilitar a aprendizagem de novas competências. Por exemplo, ensinar uma mãe a dar banho
a um filho. Uma situação que pode parecer insólita, mas que ainda se verifica; ou, então,
ensinar a ler e a escrever aqueles que ainda não dominam estas faculdades.

segunda, 24 junho 2002 09:24 em Sociedade

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