Testemunha conta momentos de tensão e alvoroço vividos durante assalto aos CTT de Guimarães

Foi há uma semana que o balcão dos CTT de Guimarães foi assaltado. Um homem, armado com uma faca e de máscara a encobrir o rosto entrou nas instalações, causando o alvoroço entre aqueles que aguardavam pelo atendimento que, à hora de almoço, era algo demorado devido à presença de cerca de duas dezenas de clientes.

Na edição desta semana do jornal O Comércio de Guimarães, uma testemunha conta os momentos vividos por quem ali se encontrava. "Ouvi atrás de mim gritos de alguém a dizer: 'Isto é um assalto! Isto é um assalto'", recordou, confessando que inicialmente pensou estar perante "uma brincadeira" porque só posteriormente viu o homem com a cara coberta com uma máscara de Carnaval, "daquelas que se compram brancas e depois são pintadas".

Foi a reacção das pessoas à ordem para se deitarem no chão dada pelo indivíduo que levou a testemunha ouvida pelo referido jornal a encará-lo de frente. "Ele estava a obrigar as pessoas a dirigirem-se para um canto e a deitarem-se no chão. Umas puseram-se de joelhos e outras deitaram-se no chão. Era muita gente e ele não devia estar a contar...", confessou, ao lembrar que o assaltante intimidava as pessoas, segurando o cabo de uma faca que tinha a lâmina ocultada pela roupa.

"À medida que ia avançando na tentativa de colocar as pessoas num canto, mais ou menos no meio da sala, também tentou obrigar-me... Mas, fiquei a olhar por ele! Não tinha uma arma de fogo, vi que era uma faca!", contou, ao explicar que resistiu à ordem para se deitar no chão, enquanto o assaltante, algo nervoso, gritou para a funcionária dos CTT "para colocar todo o dinheiro cá fora".
"A funcionária foi à gaveta para tentar tirar o dinheiro e, naquele momento, o assaltante dirigiu-se em direcção ao balcão", continuou, assinalando que aproveitou a ocasião para dirigir-se para a porta principal do estabelecimento.
"Abri a porta dos CTT, saí, e travei-a. Estavam algumas pessoas cá fora e gritei para chamarem a Polícia, porque estava a decorrer um assalto", descreveu A. C., ao referir que ficou a segurar na porta para impedir a saída do assaltante, "para tentar atrasar a fuga dele. Já com o dinheiro - que não sei quanto era - ele tentou abrir a porta, ele forçou, mas não conseguiu... Porque fiquei a bloquear a porta".

A testemunha sublinha que durante esse momento, dentro da dependência dos CTT, ainda procurou intimidá-lo: "segurou numa pessoa e ameaçou-a, apontando-lhe uma faca... Eu até ia abrir a porta porque receei uma agressão, mas essa pessoa conseguiu livrar-se dele, soltou-se do casaco que tinha vestido e ele ficou com o casaco na mão".

Depois desta situação, A. C. anotou, que o assaltante "deu umas voltas dentro da loja para tentar encontrar uma saída, obrigando as funcionárias a indicar o acesso alternativo, dirigindo-se a um gabinete que dá acesso a uma outra porta".  "Ele saiu dos CTT e estava relativamente perto de mim... Ouvi-o dizer: "anda agora atrás de mim, filho da p...!", recordou A. C., indicando que depois o assaltante desatou a correr pela Rua Teixeira de Pascoais, em direcção ao campus universitário de Azurém. "A PSP ainda não tinha chegado e como ele estava em fuga, fui atrás dele, juntamente com mais um ou dois populares", continuou, observando que junto ao parque de lazer da Quintã, numa zona de estacionamento, "ele ainda se encostou aos carros e tentou abrir as portas".

Ao justificar o seu envolvimento na perseguição, A. C. disse que resolveu seguir o assaltante para indicar o seu paradeiro à PSP, o que veio posteriormente a acontecer, quando a patrulha o conseguiu interceptar.
O homem, indiciado pela prática de outros assaltos foi ouvido pela Polícia Judiciária do Porto e presente ao Tribunal de Guimarães, ficando a aguardar julgamento em prisão
preventiva.

Excerto do artigo publicado na edição de 16 de janeiro de 2019 do jornal O Comércio de Guimarães.

quarta, 16 janeiro 2019 10:03 em Sociedade

Marcações: assalto, PSP de Guimarães, CTT de Guimarães

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