VÍDEO: Coração da vila das Taipas requalificado até 2022

As obras de requalificação do espaço central das Caldas das Taipas deverão começar antes do verão, concretizando o projecto que pretende transformar o coração da vila termal, abrangendo toda a Avenida da República e zonas adjacentes.

A adjudicação da obra foi aprovada pelo Executivo vimaranense no início no passado mês de Abril, aguardando apenas o visto do Tribunal de Contas para que a execução seja iniciada. Os trabalhos deverão prolongar-se até 2022. 

A obra foi adjudicada à empresa Alexandre Barbosa Borges, com um prazo de execução de 730 dias, envolvendo um investimento de cerca de 5 milhões de euros, repartidos pelos orçamentos municipais de 2020, 2021 e 2022.

 

O projecto prevê a criação de uma ampla zona pedonal, eliminando os cruzamentos existentes para surgir uma via de trânsito de sentido único. Será criada uma grande praça entre o centro comercial existente na Avenida da República e a Rua Comandante Carvalho Crato.

De acordo com a memória descritiva, "a área central de Vila das Taipas é composta por um conjunto de espaços sustentados pela resiliência de uma memória onde se adivinha a presença da água. Neste conjunto coexistem espaços deteriorados, problemas de trânsito, práticas a erradicar, mobilidades suaves a potenciar, relações e processos a reforçar e, sobretudo, conflitos entre sistemas que devem ser resolvidos para alcançar um centro funcionalmente integrado e qualitativamente mais interessante.

Morfologicamente, o centro da Vila das Taipas resulta do cruzamento das antigas estradas que ligavam Guimarães, Braga e Póvoa de Lanhoso e da proximidade ao Rio Ave e as suas margens ocupadas, em grande parte, por parcelas agrícolas. A existência de nascentes de águas termais, já usadas na época romana, completa a riqueza de recursos hídricos do lugar. Esta área apresenta-se como intersecção entre um sistema urbano ainda em desenvolvimento e, portanto, não totalmente consolidado, e um sistema natural (destaca-se o sistema hídrico) em processo de degradação. Ambos definem um ambiente singular que se complementa entre alamedas, parques e parcelas agrícolas".

Assim, "o projecto de Requalificação do Centro Cívico da Vila das Taipas visa promover a urbanidade de um espaço público deteriorado cujo carácter e memória mais relevante advém da presença do recurso hídrico fortemente intensificado pela presença conjunta das águas termais que na sua proximidade ao Rio Ave e ao seu afluente, a Ribeira da Canhota, conformam um ecossistema específico e potencialmente interessante do ponto de vista ambiental e patrimonial. Actualmente comprometido por um crescimento que foi quebrando algumas das relações preexistentes, torna-se premente melhorar a qualidade deste centro desde o entendimento da importância do recurso hídrico e o seu papel estruturante no lugar e no património/memória colectiva.

É, em todo o concelho de Guimarães, um lugar único, onde se reúnem condições que cruzam o ambiente urbano com o ambiente natural e onde se identifica um património cultural e de lazer fortemente arraigado na memória dos vimaranenses. Uma ação exemplar poderá demonstrar a capacidade regeneradora de um novo desenho integrado de espaço público que contemple em simultâneo a especificidade do lugar e uma vocação contemporânea".

Entre as intervenções preconizadas, prevê-se a preservação do simbolismo de elementos históricos que fazem parte da memória colectiva da vila. É o caso da capela de Santo António, desaparecida no início do século XX, mas que será evocada num dos elementos arquitectónicos a criar: uma escadaria que surgirá junto ao novo largo público.

O aumento da área de espaços verdes também é uma das notas da intervenção. O projecto da nova centralidade da vila das taipas foi elaborado pelo Centro de Estudos, da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, tendo contado com contributos da comunidade e da Junta de Freguesia.

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