Médico poderá ser acusado de burla e falsificação

São as últimas informações sobre o polémico caso da suspensação dos serviços médicos convencionados de Guimarães. O jornal O Comércio de Guimarães adianta, na sua edição de hoje, que as investigações à Unidade Convencional terão começado em meados de 2001. A Administração Regional de Saúde do Norte terá suspeitado de gastos
exagerados praticados pela instituição médica. As primeiras conclusões
apontam para fraudes praticadas, alegadamente, pelo médico António Pastor, que terão lesado o Serviço Nacional de Saúde em milhares de euros.
A história apresenta contornos ilícitos, pelo que as investigações prosseguem agora pelo Ministério Público. António Pastor é proprietário dos laboratórios de análises clínicas Labguima, Deguima e Gabinete de Radiologia de Fafe. As suspeitas da Administração Regional de Saúde do Norte terão começado, exactamente, por aí, uma vez que havia uma prescrição anómala de análises clínicas. Em comum tinham, apenas, o facto de todas se realizarem nos laboratórios de que é proprietário, pelo que a comparticipação do Serviço Nacional da Saúde caía, exactamente, nos bolsos de António Pastor. Segundo O Comércio de Guimarães apurou, a alegada fraude praticada pelo médico vimaranense está relacionada com a prescrição exagerada de exames complementares de diagnóstico ao mesmo doente, o que acabou por levantar suspeitas. É que contas feitas, a ARS do Norte deparou que os gastos praticados pela Unidade Convencional de Guimarães eram superiores, por exemplo, aos do próprio Centro de Saúde de Guimarães.
António Pastor terá já confirmado a autoria dos crimes de que é acusado.
Para além da burla praticada contra o Estado, o médico vimaranense poderá ter que responder, ainda, pelo crime de falsificação de documentos. O COMÉRCIO DE GUIMARÃES escreve que, alegadamente para não levantar suspeitas, o clínico usaria vinhetas dos seus outros três colegas co- proprietários da Unidade Convencional de Guimarães, aquando da prescrição dos exames clínicos. Alegadamente, confrontado com as acusações, o médico vimaranense terá assumido todas as responsabilidades, sublinhando que os restantes clínicos nada teriam a ver com o caso.
Segundo o Sistema Judicial Português, e de acordo com os factos
conhecidos, António Pastor poderá ser acusado dos crimes de burla e
falsificação de documentos. Em ambos os casos, a moldura penal prevê uma pena até três anos de cadeia para cada um dos crimes.
Entretanto, tentamos, por várias vezes, ouvir António Pastor, mas sem sucesso.

quarta, 27 março 2002 04:31 em Sociedade

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