Rota do Românico chega a Guimarães com projecto da CIM do Ave

Guimarães é um dos concelhos da Comunidade Intermunicipal do Ave que vai integrar a Rota do Românico, um projeto turístico-cultural que procura divulgar e valorizar a arquitectura românica, com a identificação dos monumentos no território.

Por todo o concelho, já foi colocada sinalética que permitirá aceder aos bens patrimoniais do estilo românico. Nesta primeira fase, foram identificados a igreja românica de Serzedelo, a igreja São João de Calvos, em Lordelo, o Mosteiro de São Torcato, o Mosteiro de Souto São Salvador, a igreja de São Miguel do Castelo, a ponte da Pisca, em Creixomil, e a ponte de Selho São Lourenço.

Paulo Costa Pinto, coordenador do projecto na CIM do Ave, destacou a importância desta herança cultural. "O património românico é fundamental para a nossa identidade, este estilo testemunhou a estruturação base deste território à volta de mosteiros e de pontes que renovaram a rede viária no início da nacionalidade. A arquitectura permitiu estruturar as condições de ocupação do território", assinalou o responsável, ao observar que "os monumentos estão muito discretos, inseridos na paisagem, sendo por vezes muito pequenos". "Este projecto poderá ajudar a valorizar e recuperar este património porque os bens passarão a integrar uma rota turística, tendo acesso a recursos que poderão estimular a sua conservação", acrescentou, indicando que os monumentos indicados serão "um activo para o território, para a sua divulgação e pela sua importância histórica na construção do País".

A candidatura da CIM do Ave para o alargamento da Rota do Românico ao território do Ave foi aprovada em Agosto de 2017. O projecto foi iniciado com a obra de recuperação da Ponte da Lagoncinha e a da Igreja de Santiago de Antas, ambas da responsabilidade da Câmara de Vila Nova de Famalicão.

"Foi depois efectuado um estudo, levado a cabo por uma equipa de investigadores dirigida pela historiadora de arte, Prof. Doutora Lúcia Rosas, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que identificou em seis dos oito municípios do nosso território uma série de valores patrimoniais relacionados com o mundo cultural do românico", apontou Paulo Costa Pinto, explicando que os municípios de Vieira do Minho e de Cabeceiras de Basto optaram, nesta fase, por não integrarem a candidatura embora sejam atravessados pela rota, "porque a rota é circular e nasce de um ponto onde se liga à Rota do Tâmega e Sousa e encerra noutro ponto, onde se volta ligar à Rota do Tâmega e do Sousa, criando uma circularidade com a rota original".

O longo trabalho de definição da rota foi supervisionado pela Rota do Românico, ficando "vários elementos patrimoniais por sinalizar, que precisam de ser integrados". "A opção da Rota do Românico é que isso se faça de forma mais gradual. Progressivamente, serão integrados outros monumentos", afirmou. "A adesão à Rota do Românico não apenas inclui os territórios destes seis municípios num recurso de promoção e qualificação turística de grande qualidade, mas, mais do que isso, permite que os monumentos identificados, civis ou eclesiásticos, sejam elegíveis para processos e financiamentos destinados à valorização por integrarem uma rota de turismo patrimonial reconhecida ao nível nacional e ao nível europeu", esclareceu Paulo Costa Pinto, ao sublinhar que após a identificação, seguir-se-á a animação num monumento de cada município e depois a integração plena na Rota do Românico e na sua programação.

No projecto da Comunidade Intermunicipal do Ave, participam também os municípios de Vizela, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Lanhoso, Mondim de Basto e Fafe. "É uma rota circular que se liga à do Tâmega e do Sousa, só no Ave tem uma extensão de 305 quilómetros, sinalizados em dois sentidos. A Rota do Vale do Sousa tem sobretudo acrescentado prestígio internacional ao território em termos de valorização do património, porque já integra 58 monumentos", elucidou, referindo que o projecto promoveu já um mapa com as rotas integradas, sinalética direccional e sinalética informativa que será colocada junto a cada monumento. Vai ainda lançar o programa Românico Alive que levará ações de animação a seis monumentos espalhados pelos seis municípios aderentes à candidatura.

Igrejas e capelas das Arquidioceses de Braga e Porto e da Diocese de Vila Real incluídas:
- Igreja de S. Romão de Arões - Fafe

- Igreja de Sto. Adrião de Vizela
- Capela da Tocha - Vizela
- Igreja do Salvador do Souto – Guimarães
- Igreja de S. Torcato – Guimarães
- Igreja de S. João de Calvos (Lordelo) – Guimarães
- Igreja de S. Miguel do Castelo – Guimarães
- Igreja de Santa Cristina de Serzedelo – Guimarães
- Igreja de S. Pedro de Atei – Mondim de Basto
- Igreja de Santa Maria de Verim – Póvoa de Lanhoso
- Igreja do Salvador de Fonte Arcada – Póvoa de Lanhoso
- Igreja de S. Tiago de Antas – Vila Nova de Famalicão
- Igreja de Sta. Eulália de Arnoso – Vila Nova de Famalicão

Monumentos viários e militares:
- Ponte da Lagoncinha – Vila Nova de Famalicão
- Ponte de Vizela - Vizela
- Ponte da Pisca - Guimarães
- Ponte de S. Lourenço do Selho - Guimarães
- Ponte de Mem Guterres - Póvoa de Lanhoso
- Castelo da Póvoa de Lanhoso
- Ponte de Vilar de Viando - Mondim de Basto
- Ponte de Ermelo - Mondim de Basto


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