Vitória vence em Setúbal (1-2) e iguala Benfica

A personalidade e qualidade de jogo - sobretudo ao nível táctico - evidenciadas pelo Vitória no primeiro tempo, estiveram na génese deste triunfo suado mas justo, alcançado num reduto tradicionalmente difícil. De facto, com uma plantação táctica assente no já habitual, e melhor mecanizado, sistema 3x5x2, a equipa de Inácio baralhou o adversário e teve, cumulativamente, a capacidade de fazer dois golos no curto espaço de 8 minutos. Desde cedo se percebeu que o enquadramento táctico vimaranense era bem mais positivo, especialmente na zona fulcral do meio-campo, onde os batalhadores e incansáveis jogadores de Inácio chegavam, por norma, quase sempre primeiro à bola. Para além disso, o Vitória dispunha de uma supremacia numérica nessa zona particular, o que lhe possibilitou fazer o 1-0 por Romeu, na sequência de um óptimo cruzamento de Bessa.

O segundo golo aconteceu quando o Setúbal não tinha sequer tido tempo de esboçar uma reacção à adversidade. Bessa isolou Romeu e o avançado, pleno de serenidade à saída de Pedro Espinha, bateu a bola por entre as pernas do veterano guarda-redes. A equipa da casa só apareceu em jogo aos 33 minutos, quando Rui Lima desferiu um remate perigoso que Palatsi ainda sacudiu para canto. Antes do intervalo, a vantagem poderia ter sido ampliada quando Nuno Assis, isolado, atirou ao lado e, mais tarde, quando Bessa proporcionou a Espinha uma defesa a dois tempos.

O segundo tempo foi literalmente diferente, especialmente a partir dos 52 minutos, quando o Setúbal construíu duas ocasiões numa só jogada. Em primeira instância, a bola embateu no poste direito da baliza de Palatsi, e na segunda embateu nas malhas laterais. O Vitória ainda reagiu, aos 63 minutos quando Nuno Assis, de novo isolado, voltou a atirar ao lado, mas o segundo tempo havia de ficar marcado pela supremacia territorial dos sadinos. A tarefa vimaranense ficou especialmente mais complicada quando Paulo Paraty entendeu que Ricardo Silva fez falta passível de grande penalidade - ficaram sérias dúvidas -, tendo Hugo Henrique reduzido para 1-2 quando faltava ainda jogar muito tempo.

Previsivelmente, o Setúbal alcandorou-se mais no ataque e o Vitória remeteu-se a uma defensiva mais porfiada, mas à excepção de um lance ocorrido aos 90 minutos, com Palatsi a executar uma defesa magistral, o triunfo da formação de Inácio não esteve grandemente em causa nesta fase da partida. À excepção do lance da grande penalidade, a arbitragem de Paulo Paraty pautou-se pelo equilíbrio.

Estádio do Bonfim, Setúbal
Árbitro: Paulo Paraty (Porto)
Auxiliares: Bertino Miranda e António Gonçalves
Resultado ao intervalo: 0-2
Golo: 0-1, Romeu (8’); 0-2, Romeu (16’); 1-2, Hugo Henrique (67’ g.p.)

Vitória de Setúbal: Pedro Espinha, Nélson (Joca 56’), Carlos, Hugo Alcântara, Rui André (A18’) (Rui Lima 22’), Hélio, Sandro (A 36’), Marco Ferreira, Jorginho (A 42’), Mário Carlos (Meyong 45’) e Hugo Henrique (A 69’)

Vitória: Palatsi, Ricardo Silva (A 66’), Cléber (A 80’), Rogério Matias, Rui Ferreira (A 35’) (Marco 66’), Bessa, Hugo Cunha, Pedro Mendes (A 59’), (Jaime 80’), Djurdjevic, Nuno Assis Romeu (Fangueiro 66’)

Marcações: Desporto

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