André: «Nunca estou satisfeito com o meu rendimento»

O ritmo que apresentou no jogo com o Saint Étienne faz crer que está ainda com a corda toda da época passada. Não houve férias?

Houve, mas tenho trabalhado ao máximo nos treinos para que depois, nos jogos, possa apresentar um bom ritmo competitivo. Este é o ritmo a que sempre estive habituado. Na época passada tive uma lesão e quebrei um pouco, mas quero treinar bem para estar sempre bem nos jogos.

É importante adquirir esse ritmo alto logo no início, na luta por um lugar?

Como não há lugares garantidos, eu quero assumir o meu e tenho de trabalhar muito, de preferência mais que os outros. O objectivo passa por aí, por garantir um lugar no onze.

Ter sido uma aposta frequente na época passada - sobretudo na parte final - não lhe garante esse estatuto?

Não, nem penso nisso. Quem pensar assim, está mais perto de estar fora do que dentro. Trabalho todos os dias intensamente, para que possa ser opção para o mister.

Nesta fase, mais recuado no terreno ou em posições mais avançadas, parece ser opção...

Antes de mais, jogo onde o mister quiser que eu jogue. Agora, se sou opção certa ou não, isso dependerá naturalmente dele.

Esta vai ser a sua época de afirmação?

Espero que todas sejam. Nesta época quero fazer muito melhor do que na anterior. É assim que eu penso, porque nunca estou satisfeito com o meu rendimento. Quero melhorar sempre, para me tornar um jogador melhor. 

O meio-campo do Vitória está mais capacitado e qualificado, face, por exemplo, à entrada do Moreno?

O grande trunfo que temos é que já nos conhecemos. Já sabemos qual é a nossa forma de jogar e o Moreno adaptou-se muito bem porque tem grande qualidade. Já estamos entrosados e isso representa um passo à frente. Na época passada houve necessariamente uma fase de adaptação.

Este Vitória pode, por isso, jogar um futebol mais qualificado?

Acredito que sim. Já nos conhecemos muito bem e a tendência aponta para uma melhor qualidade.

O Vitória vai continuar a ser uma equipa pragmática em termos de objectivos, apesar da responsabilidade de ter ganho a Taça de Portugal?

Acho que os nossos adeptos mantêm o espírito da época passada. Sabem que será mais uma temporada difícil. Eles foram incansáveis - levaram-nos muitas vezes à vitória - e este ano será seguramente igual. Vamos pensar jogo a jogo. O primeiro é a Supertaça, uma final que queremos ganhar. Um jogo que encaramos como encarámos o Benfica na final da Taça de Portugal. Pensaremos jogo a jogo, tentando apresentar um bom nível.

O Porto é mais difícil de bater que o Benfica?

Não. Todos os jogos são difíceis, vamos defrontar o campeão nacional, mas quando jogámos com o Benfica eles também queriam, a todo o transe, vencer uma competição depois de terem perdido todas as outras. O jogo com o Porto vai ser o primeiro oficial da época e queremos entrar com o pé direito. Será uma tarefa difícil, mas no futebol tudo é possível. 

Jogar a Liga Europa será gratificante?

É um sonho de qualquer jogador e eu não fujo à regra. Já pensei sobre isso e como será; às vezes brincamos no balneário sobre os potenciais adversários. Estou ansioso que cheguem esses jogos porque são momentos marcantes e únicos nas nossas carreiras. 

O Vitória vai ter estofo para uma época com tantas competições?

Temos que ter. Sabemos que será uma época desgastante, com muitos jogos, mas temos que ter arcaboiço e dar tudo em todas as competições. Os jogadores de top competem assim e nós, se pretendemos estar num nível mais acima, temos de fazer igual. Se o nosso desafio passa por defrontar as grandes equipas da Europa, temos de estar preparados.to tempo.