Conheça Pedro Oliveira o «Homem de Ferro» vimaranense

Já imaginou um prova que consiste em: nadar 3,8 km, pedalar 180 km e correr 42 km? Há em Guimarães um desportista que participou pela primeira vez numa prova de triatlo de percurso longo. Conheça o "homem de ferro" vimaranense.

Diz o ditado que quem corre por gosto não cansa. O vimaranense Pedro Oliveira corre, nada e pedala; tudo em simultâneo numa modalidade de triatlo de extensões maiores do que o normal e que é conhecida como “Triatlo Homem de Ferro”. Professor no Hotel de Guimarães, o jovem vimaranense corre, nada e pedala por gosto, sem dar mostras de querer cansar.

Como surge o gosto por um desporto desta natureza? Pedro Oliveira contou ao DESPORTIVO de Guimarães como tudo começou: “A minha vida está ligada ao desporto, uma vez que sou formado em Educação Física. Trabalho no hotel há quatro anos, onde dou aulas e ministro treino. Há muitos anos que tenho esta paixão, pelo facto de ter as três modalidades agregadas numa.” 

Pedro Oliveira começou pela vertente “Meio Homem de Ferro”, que como o próprio nome indica caracteriza-se por contemplar metade das extensões anteriormente referidas. A 14 de Junho o vimaranense aventurou-se na primeira prova conhecida como “Ironman”. Prova de violência extrema realizada entre Portugal e Espanha com um calor abrasador.

O balanço do triatleta vimaranense, participante no Campeonato Ibérico de Triatlo, é positivo apesar de não ter conseguido terminar a prova: “Considero uma prestação muito positiva do ponto de vista de competição, não do ponto de vista de resultado. Não correu como eu esperava a nível de resultado porque tive de abandonar a prova no final do ciclismo devido a um golpe de calor, estavam 42 graus e acabou por pôr em causa a preparação que eu tinha feito na média dos 28 graus. Mas a nível de experiência foi muito enriquecedora e para repetir”, referiu.

O sonho de ir ao Mundial no Havai com a bandeira de Guimarães

O facto de ser o primeiro vimaranense a participar numa prova “Ironman” deixa Pedro Oliveira orgulhoso. “Ser de Guimarães já é diferente, somos bairristas e conquistadores, ser de Guimarães e apostar numa distância longa é algo ainda mais diferenciado”, esboçou o triatleta entre sorrisos. Mas ser o único também traz dissabores. Arranjar companheiros para treinar é uma tarefa árdua: “Costumo treinar sozinho. Às vezes nado com colegas do Vitória, porque são nadadores, ando de bicicleta com colegas porque são ciclistas. Correr é mais difícil, às vezes tenho duas horas de corrida pela frente e dizem-me vai tu.

Mesmo sem grandes apoios, o Hotel de Guimarães é a equipa pela qual corre e o principal apoiante desta aventura, Pedro Oliveira não baixa os braços e ambiciona chegar à elite da modalidade.
“Os atletas de elite nestas longas distâncias têm entre 40 e 45 anos. Ainda tenho dez anos pela frente para me preparar, para evoluir e para tentar arranjar uma estrutura melhor. Quero saúde para me preparar para chegar ao mais alto nível. Há que estar focado sem olhar para trás”, refere o desportista destilando uma ambição desmedida.

Ambição para se cumprir, metas e objectivos traçados sem nada de utópico. Os sonhos traçam-se de outros argumentos. Participar no Mundial da modalidade carregando a bandeira de Guimarães: “Neste momento já tenho um tempo competitivo, estou a 20 minutos de conseguir apurar-me para o Mundial que se disputa no Havai. Seria um sonho, se possível com a bandeira da cidade às costas melhor ainda…”

Se a prova em si já é capaz de deixar sem fôlego qualquer comum mortal, facilmente se percebe que a preparação e o treino exigido para participar em provas desta envergadura são também de uma dureza desmedida. Pedro Oliveira treina pelas ruas de Guimarães duas vezes por dia.
“Desde que acordamos até nos deitarmos a preparação está toda aí: desde o que comemos, ao que andamos, até às tarefas do dia-a-dia. Nado pelo Vitória, na secção de Masters, por isso, nado na piscina do Vitória. Corro e pedalo pela cidade de Guimarães, que tem óptimas condições, com muito relevo, assemelhando-se a uma prova. Temos também a Penha, que é onde faço os treinos de potência, quer de atletismo quer de ciclismo. É complicado treinar tudo, ontem por acaso, nadei de manhã, corri à tarde e pedalei à noite. Normalmente treino entre as 6 horas da manhã e a hora de entrar no trabalho e à hora de almoço. Tento sempre treinar ou de manhã e à hora de almoço, ou então ao almoço e à noite”, disse.

Sem qualquer rendimento deste desporto - Pedro Oliveira não é profissional - o vimaranense de 29 anos fala de paixão pelo que faz e de superação para alcançar os seus objectivos: “O triatlo tem a ver com paixão e superação, não sou profissional e não tenho rendimentos. Precisava de uma bicicleta melhor e a suplementação requer muita logística. Isto exige uma estrutura profissional que eu não tenho, vou tendo a ajuda do Hotel de Guimarães que neste momento é a minha equipa. Mais do que preparação específica, é a capacidade de ter uma vida agitada e estar sempre pronto para começar de novo no dia seguinte”, sublinha.


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