Benfica vence Vitória por 2-0

O Vitória sofreu, este sábado à noite, a primeira derrota da época ao perder com o Benfica por 2-0. Zahovic e Féher marcaram para os encarnados. A postura de equipa competitiva e bem estruturada durou os 90 minutos. A possibilidade de lutar pelo triunfo sem reservas durou... 44 minutos. Do jogo com o Benfica resultou um sabor amargo e uma questão não menos intrigante. Como seria o resto do jogo - leia-se o segundo tempo - caso o Vitória não tivesse tido o deslize que proporcionou a dupla vantagem do adversário a escassos minutos do descanso? Uma questão intrigante e que não poderia ter resposta absoluta, tão sólida e eficaz tinha sido, até então, a exibição vitoriana.
Uma exibição que obrigou o Benfica a render-se ao equilíbrio de operações desde o minuto inicial. E atentando na alteração assumida por Inácio (troca de Afonso Martins por Rui Ferreira), até se poderia perceber intenção contrária. A de resguardar a defensiva com a colocação de mais um trinco. A verdade é que esta aposta não foi traduzida em submissão ao adversário. Pelo contrário. O Vitória assumiu o jogo nos minutos iniciais, foi mais rápido na circulação de bola e Hugo Cunha criou o primeiro sinal de perigo para a baliza de Moreira.
O Benfica foi gradualmente reequilibrando o jogo no meio-campo e o espectáculo ganhou nível elevado. Sucederam-se lances de perigo junto das duas balizas, sendo que o mais flagrante esteve nos pés de... Guga, quando aos 28 minutos o brasileiro atirou ao poste.

Depois, aos 43’, veio o lance que mudou radicalmente o figurino do jogo. Miguel saíu mal a um cruzamento, a bola sobrou para Féher e o remate do húngaro foi travado perto da linha de golo pelo braço esquerdo de Guga. Expulsão e grande penalidade, decisões acertadas de Pedro Henriques. Zahovic transformou o castigo máximo e o Benfica ficava, pouco antes do providencial intervalo, com dupla vantagem. No marcador e no número de elementos em campo.
Esta transfiguração do jogo foi perfeitamente visível no segundo tempo. Um segundo tempo descolorido, sem chama, sem a classe evidenciada pelas duas equipas até aos 44 minutos. O Benfica denotou grandes dificuldades perante a argúcia táctica vitoriana (a equipa nunca se desmontou), mas a equipa de Inácio pouco mais podia manifestamente fazer senão criar alguns lances de contra-ataque. O que foi fazendo, até que em resposta a um deles, o Benfica solucionou o impasse com a obtenção do segundo golo. Uma jogada bem conseguida (excepção na segunda parte), com o jovem João Pereira a isolar Miguel na direita e este, à saída do guarda-redes do Vitória, a oferecer o golo a Féher.

Ficava a certeza de um triunfo alcançado pelo Benfica na consubstanciação de um lance determinante e que transfigurou todo o restante jogo, e a certeza igualmente de estarmos perante um Vitória que não destoou da sua qualidade mas foi claramente atraiçoado por essa infelicidade (?) de Guga.

Pedro Henriques esteve bem no lance que originou o primeiro golo do Benfica e não cometeu deslizes graves, a não ser o facto de ter sido complacente para com Bruno Alves aos 72 minutos quando o defesa vitoriano impediu que Féher caminhasse isolado para a baliza, admoestando-o apenas com o amarelo por considerar que o húngaro corria em diagonal e não em linha directa.

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