Luís Castro: "Ainda não encontramos o caminho que nos leve ao sucesso"



O treinador Luís Castro abordou, esta sexta-feira, o jogo com o Vitória de Setúbal, da 6.ª jornada da 1.ª Liga. O técnico do Vitória salientou a necessidade de recolocar a equipa no trilho dos bons resultados e assumiu que o rendimento ainda não é o desejado.

O que terá o Vitória de fazer diferente para conseguir regressar aos triunfos?
Fundamentalmente, queremos inverter o rumo que temos percorrido, que não tem sido um bom caminho. Temos estado sempre intermitentes e sabemos da responsabilidade que temos, uma regularidade maior a nível exibicional e de vitórias. Temos de procurar chegar à vitória e se possível através de um futebol agradável, que nos sintamos felizes com o que fazemos em campo. Queremos entrar no caminho da regularidade.

O que não correu bem em Portimão na última jornada?
Chegamos à conclusão que fomos afectados por aquilo que nos tem condicionado esta época, cometemos muitos erros defensivos. A equipa nunca se conseguiu estabilizar defensivamente. Uma equipa como a nossa, que fora de casa faz golos, não pode ter só três pontos fora de casa. Marcamos sete golos fora de casa, isso devia traduzir mais pontos. Temos percorrido vários caminhos para mudar o que temos feito em termos defensivos, não estamos claramente satisfeitos com ele. Não é por falta de trabalho. Talvez haver tantos jogadores novos num plantel provoque estes desajustamentos. Tenho de assumir toda a responsabilidade, o treinador é a principal figura responsável.

Vitória tem mais golos marcados fora...
É normal os adversários, fora de nossa casa, darem-nos mais espaço para jogar e em casa retiram-nos esse espaço. A falta de dinâmicas e do conhecimento mais profundo uns dos outros tem-nos penalizado muito. Estamos sempre à procura, ainda não encontramos o caminho que nos leve ao sucesso. Esperamos ansiosamente que ele chegue, sem nos perturbar.

Esperava já estar nesse caminho nesta altura?
Sim. Ao longo da vida de treinador tem-me acontecido sempre nesta altura, mas não há regra. Aqui urge encontrarmos a regularidade. Quando as coisas não acontecem, o treinador tem a maior responsabilidade.

Para encontrar esse caminho, pode ter novas personagens?
Sim, é normal. Toda a gente tem percebido que procuro de forma constante encontrar o caminho certo. Temos tentado alterar um ou outro jogador dentro da equipa para a tornar mais regular.

O Vitória sofreu muitos golos fora de portas, todos na segunda parte. Há passividade da equipa?
Não sei se a palavra certa é passividade, mas há dados que são factuais. A equipa não se tem conseguido ajustar de forma rápida à adversidade, lutar pelos pontos desde o início. Ao intervalo estamos a perder os jogos, parece que ao intervalo a equipa se desprende das amarras e se solta em campo. Não estou a falar em termos exibicionais, porque nunca estivemos a grande nível exibicional este ano, nunca fomos uma equipa regular mesmo a esse nível. Temos feito algumas jogadas bonitas dento do jogo. Há uma libertação da equipa quando se encontra a perder.

No último jogo actuou sem modelo de raiz, pode mudar agora?
Pode ser por aí. Em Portimão procuramos ter mais tempo de bola e lançar os laterais na profundidade, o que é certo é que não surtiu efeito. Emendei ao intervalo e depois as coisas resultaram muito melhor.

Os pontas-de-lança continuam sem marcar, há alguma preocupação com isso?
Todos os que intervêm no jogo têm responsabilidade, a maior é do treinador. Os pontas-de-lança não têm feito golos e a equipa já tem vários, mas não posso culpar os pontas por isso. Assumo que a responsabilidade é minha. Vamos tentar que marquem neste jogo.

O que vale o Vitória de Setúbal?
É um adversário que nos merece todo o respeito, o histórico que temos com o Vitória de Setúbal é sempre se muitas dificuldades. O Lito monta equipas fortes e compactas defensivamente e que saem fortes para o ataque.

Continua a ver a época do Vitória em sequências de quatro jogos?
Não. Vivemos contextos diferentes, alteramos pensamentos, análise e reflexões. O Vitória vive de jogo a jogo, tentando ganhar o próximo. As nossas energias estão totalmente direccionadas para o próximo jogo. Nós, treinadores, nem sequer sabemos se estamos nessa sequência de jogos. Às vezes a nossa vida é fazer um jogo e desaparecer das instituições. O que me preocupa é ganhar ao Vitória de Setúbal e somar os três pontos.


Marcações: Vitória Sport Clube, Luís Castro

Imprimir Email