Miguel Pinto Lisboa: "Não terá o estádio do Vitória condições para se ir fazendo algum nível de testagem, de espaçamento entre adeptos nas bancadas?"



O presidente do Vitória, Miguel Pinto Lisboa, considera que o regresso do público aos estádios nos encontros da I Liga deve ser uma questão que una os clubes. O dirigente entende que estão a ser criadas as condições para que os adeptos possam voltar, em breve, aos estádios. E diz mesmo que esta questão não pode continuar a ser analisada do ponto de vista político, pois os prejudicados são os clubes de futebol.

O Vitória é dos clubes que mais se têm batido pelo regresso dos adeptos aos estádios. Crê que cada vez faz menos sentido essa ausência?: Não se pode olhar para a presença ou não de público nos estádios de forma política. Devemos estar todos unidos em prol desse objectivo. Há a vertente discriminatória do futebol face a outras actividades e a vertente política dentro do futebol, porque muitas vezes aproveita-se uma situação que é do interesse comum de todos para se criar algum conflito político. Consegue-se perceber que os jogos da selecção tenham 10% da lotação, porque é diferente de um jogo entre clubes, mas não se entende porque é que nos jogos da Liga não se pode fazer algum nível de testagem. Não terá o estádio do Vitória condições para se ir fazendo algum nível de testagem, de espaçamento entre adeptos nas bancadas? A generalidade dos clubes está preparada para isso e devia-se olhar para isto não como uma questão política mas sim pelo interesse do futebol e da penalização de um sector da economia de forma discriminatória e sem motivos que possam ser perceptíveis pelo público em geral. É uma luta do Vitória desde o início e penso que estaremos perto de conseguir o objectivo.

Não vai ser fácil depois estabelecer um critério, relativamente ao regresso dos adeptos?: Já pensei nisso e estou convicto que não será fácil, porque os adeptos do Vitória se os mudam de cadeira já ficam preocupados. Quando vamos usar critérios que não permitem a todos ir aos jogos, não agradaremos a todos, mas temos de entender que o momento é diferente e é preferível ir de vez em quando do que não ir nunca. Vamos tentar criar o mínimo de assimetria entre os associados.

Este tempo de pandemia trouxe dificuldades ao nível das receitas?: Claramente, isso é transversal a todos os clubes e um clube como o Vitória, com uma massa adepta fiel como a nossa, sente mais isso. Mas é algo sobre o qual não podemos actuar, porque estamos limitados a legislação e a questões de saúde.

Por via das dificuldades inerentes a toda a gente, tem ideia que o clube já tenha perdido muitos sócios?: Não. Os nossos adeptos são fieis e têm continuado a fazer um esforço para ter as quotas em dia, têm separado bem o que é serem associados do clube do lugar anual de que não podem usufruir porque não é possível. Têm feito esse sacrifício para ajudar o clube e as situações que não são cumpridas não é por vontade das pessoas, mas antes pelo constrangimento económico.


Marcações: Vitória Sport Clube, Miguel Pinto Lisboa

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