Pevidém exige “uma posição firme” à Federação Portuguesa de Futebol



A Direcção do Pevidém exige que a Federação Portuguesa de Futebol “tome uma posição firme” no processo que tem levado os clubes da Madeira a não disputar os jogos do Campeonato de Portugal desde Novembro do ano passado, devido a uma norma do Governo Regional, sugerindo que devem ser “condenados com derrota por falta de comparência”.

Esta tomada de posição acontece no dia em que deveria ter sido disputado o encontro com a Associação Desportiva da Camacha, da 10.ª jornada, cancelado no sábado à noite depois dos madeirenses não terem viajado para território continental. Num comunicado assinado pela Direcção de Rui Machado, o Pevidém revela que recebeu uma comunicação, via correio electrónico, da Federação Portuguesa de Futebol no sábado, pelas 20h28, a dar conta que o jogo com a AD Camacha “marcado para o dia seguinte, às 11H00, foi adiado para data a definir oportunamente. Oportunamente. Sublinhe-se o advérbio”.

No mesmo texto, o Pevidém reconhece que “acreditamos, que, quer a Federação Portuguesa de Futebol, quer a Associação de Futebol de Braga, têm tentado, na medida do possível, fazer com que as competições prossigam com a normalidade exigível à importância que essas, apesar de por tantos diminuída, têm. Importância, essa, que começa com um dos princípios basilares da civilização: o respeito pelo próximo, seja ele individual ou colectivo. Em todos os sectores de actividade, social ou económica, existem bons e maus exemplos. Há afinco e seriedade onde também coabita a esperteza e o comodismo. Cabe por isso aos decisores a defesa daqueles que procuram a excelência contra os que buscam o facilitismo. A reboque de uma causa que nunca deveria ser cismática, a pandemia, os atropelos aos valores olímpicos atingiram um patamar inadmissível. Um governo regional da Madeira verga e ajoelha instituições nacionais, usando um poder discricionário sob um manto democrático, que extravasa o seu “demo”, usando um “argumentum ad populum” falacioso e arbitrário. Traduzindo em português, minha língua que tanto me orgulha quanto me envergonha, os fogos de artifício são mais importantes que o desporto-rei das massas”.

O presidente do Pevidém, Rui Machado, elenca depois os prejuízos causados aos principais prejudicados, os jogadores: “O João André, o Vítor Hugo, o Tiago Vieira, o Pedrinho, etc... são jogadores de futebol do nosso clube. Uns são casados. Outros namoram. Todos têm família. Alguns são pais de um ou mais filhos. Todos são filhos de boa gente. Quase todos trabalham. Alguns estudam. Poucos ainda procuram algo estável. Nenhum é profissional de futebol. Mas de amadores nada têm. Um mês sem competir. Treinos regulares como se houvesse jogo no fim de semana. Treinador, pai pela segunda vez há pouco tempo, empresário, homem bem sucedido que precisa tanto do futebol para viver como um deserto precisa de areia, marca uma série de jogos de preparação com outros emblemas na mesma situação. Enquanto que na Madeira ultimam os preparativos dos “fogos”, o Tiago Francisco, o Totas, o André Preto & Cª, alguns depois de mais um dia de trabalho, foram treinar antes de festejar a passagem de ano. Viva! Chegou o novo ano. Dia 1 de Janeiro de 2021. Enquanto se arrumam as canas e se lavam as “flutes” de champanhe, o Lobo, o Emanuel, o Sérgio Duarte e Cª, vão treinar porque Domingo há jogo. Chegou o sábado. O Fina, o Lima, o Tio João, o Zé Luís e Cª tratam de marcar o campo, preparar o pequeno almoço, os equipamentos e convocar a malta da organização porque amanhã é dia dos nossos “cavaleiros” representarem as nossas cores no Campeonato de Portugal. Entretanto, o Diogo Lopes, o Costinha, o Tiago Ronaldo, o Rúben e Cª recebem convites para jantar com familiares e amigos. Nem pensar! Amanhã é dia de Jogo! Trocam-se telefonemas e mensagens. Lêem-se disparates na comunicação social e nas redes sociais. O Zé Martins liga ao Moreira: “não há jogo?” “Era só o que faltava” diz o Tiago Ronaldo. O Pedro Paul olha para o Tomás e lamenta: “podíamos ter ficado no Algarve com as nossas famílias”. O Filipe Sousa e o Cunha ainda não sabem de nada. É o Chico que os informa. Para os consolar, os colegas da equipe B relembram que, apesar de terem iniciado os treinos no início de Agosto, ainda só fizeram três jogos oficiais”.

O Pevidém lembra ainda que “dos quatro clubes da Madeira, três contam por derrotas os jogos já realizados. Apenas o “profissional “ CS Maritimo “B” ganhou um jogo aos continentais. Serão assim tão maus? Certamente que não. E merecem a mesma simpatia e tratamento que todos os outros clubes portugueses. Mas tenham paciência e peçam responsabilidades ao vosso governo regional. É que isto, nem em estados federados se vê. Quanto à FPF, não há desculpas insulares. Ou agem, ou vaguem”. “Finalmente, as nossas desculpas aos nossos adeptos. Penso que estará respondida a vossa pergunta: o jogo não será transmitido pelo Facebook nem pelo canal que já transmitiu quatro jogos do FC Felgueiras”.


Marcações: Campeonato de Portugal, Pevidém Sport Clube

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