Conselho Fiscal aponta próxima temporada como “a mais exigente a nível de esforço de liquidação da dívida passada" do Vitória



O Conselho Fiscal emitiu um parecer favorável à aprovação do orçamento do Vitória para a época 2022/2023.

No documento revelado pelo órgão liderado por Ricardo Martins Lobo, pode ler-se que próxima temporada “é a mais exigente a nível de esforço de liquidação da dívida passada, com a exceção do pagamento do valor residual que será feito na época 2030/2031”, uma vez que o clube terá de pagar mais de 1 milhão de euros no âmbito do PER “o que se traduz num espartilho muito grande sobre a gestão do Vitória”.

O Conselho Fiscal aconselha a Direção de António Miguel Cardoso a encontrar “imaginação e engenho” para “potenciar ainda mais” as “duas maiores riquezas do Vitória: o seu património e o ativo mais importante”.

Em relação às receitas relativas à publicidade, o Conselho Fiscal entende que pensamos que “ainda existe um longo caminho a percorrer no sentido de potenciar cada vez mais essas receitas”, considerando “fundamental que o Clube volte a ter a ligação especial ao tecido empresarial da região, ligação essa que nos últimos tempos se tem perdido”.

No mesmo documento, o Conselho Fiscal regista que “estranha” que nunca se tenha feito “uma avaliação económico-financeira” da participação que a MAF, empresa de Mário Ferreira, tinha no capital social da SAD. O clube acordou pagar 6,5 milhões de euros para tornar-se acionista maioritário. “O preço foi feito com alguma arbitrariedade”, diz o Conselho Fiscal, que nota ainda que “aquando da contratualização desta compra, onerando o Vitória Sport Club com uma obrigação de liquidar 6,5 milhões de euros, a anterior Direção não acautelou devidamente a programação financeira desses fluxos de tesouraria, pelo que na gíria se poderia dizer que se pretendia “pagar com o pêlo do cão”, isto é, utilizando os fluxos financeiros de SAD para o Clube. Tal provocou um ónus futuro sobre o Clube e um défice sobre a SAD, já ela própria muito deficitária. Apela por isso este Conselho Fiscal para que esta nova Direção, acautelando devidamente os interesses do Clube, encontre soluções estratégico-financeiras capazes de gerar valor para fazer face a este compromisso que, neste momento, ainda ronda os 3,9 milhões de euros”.


Marcações: Vitória Sport Clube

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