Secretário de Estado do Trabalho anunciou em Guimarães programa «Qualifica Indústria» para evitar desemprego e desperdício de talento no sector têxtil

O Secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, anunciou esta terça-feira o lançamento do programa Qualifica-Indústria, dirigido numa primeira fase ao sector têxtil, com o objectivo de "evitar o risco de desemprego e o desperdício de talento" quando as empresas registam quebras no volume de encomendas e produção.

O governante falava após ter visitado a empresa Lameirinho, em Pevidém, de ter reunido com diversas associações empresariais do sector têxtil, vestuário e lanifícios e com o Presidente da Câmara Municipal de Guimarães.
"Em Setembro, o Governo vai aprovar uma portaria que tem como objectivo ser um programa chamado "Qualifica-Indústria", em que a ideia é começarmos com a abertura de um aviso dirigido primeiro ao sector têxtil para permitir que quebras momentâneas de produção, resultado de quebras de notas de encomenda não sejam geradoras de um risco de desemprego e de desperdício de talento, porque cada vez que mandamos alguém para o desemprego para além da situação pessoal em que essa pessoa fica estamos a desperdiçar talento", assinalou, ao vincar: "temos de fazer tudo para preservar o emprego".

"Este programa vai permitir às empresas têxteis quando atravessam um momento menos bom em termos de encomendas possam usar esse tempo de paragem para fazerem formação e qualificação dos seus profissionais e serem apoiadas, não só na formação, mas sobretudo nos custos que incorrem com os seus trabalhadores, num compromisso que tem de envolver todos, para que os empregadores não se socorram do caminho mais fácil que seria o de diminuir o volume de emprego que têm contratualizado", adiantou Miguel Fontes, no final da ronda de contactos.

O responsável justificou que a visita procurou "contactar de perto com a realidade da indústria e poder conhecer os desafios que o sector atravessa". "É uma indústria que se tem modernizado, que tem peso muito grande na economia portuguesa, não só nas exportações, mas também na capacidade que teve de gerar emprego e de fazer com que o emprego seja cada vez mais qualificado. Hoje, não é um sector tradicional, é um sector com tradição que soube modernizar-se e investir tecnologicamente em equipamentos, na qualificação das pessoas, na criação de produtos de valor acrescentado, com marcas próprias", afirmou.

O Secretário de Estado considera que esse trabalho tem de ser apoiado, atendendo ao contexto internacional, "na sequência de uma guerra com custos directos e indirectos na economia, os custos energéticos, a onda de inflação que gerou, o que causou alguma perturbação nas cadeias de produção" com reflexos na indústria têxtil.

"Vim conhecer como é minha obrigação, reunindo com as diferentes associações empresariais que representam a pluralidade deste mesmo sector", sublinhou, apontando que o encontro serviu para discutir "intervenções possíveis", sendo uma deles o novo programa Qualifica - Indústria.

Na reunião mantida com o Presidente da Câmara de Guimarães, o governante inteirou-se da evolução da instalação do pólo do MODATEX - Centro de de Formação Profissional da Indústria Têxtil, Vestuário, Confecção e Lanifícios. "É um projecto que tem a ambição de criar em Guimarães um pólo que esteja alinhado com as necessidades da região e não meramente do concelho, e que terá no município de Guimarães um parceiro de excelência. É um projecto formativo que procura trazer inovação, fazendo a ponte entre o saber mais académico da Uminho, com o saber mais próximo que é o da formação profissional e das necessidades que as empresas têm", referiu, ao lado de Domingos Bragança.

Por sua vez, o Presidente da Câmara mostrou-se satisfeito com o resultado da jornada de trabalho, em que participaram representantes do Instituto de Emprego e Formação Profissional e do Modatex. "Queremos este pólo de formação em funcionamento porque os empresários da indústria têxtil e outros sectores tanto precisam", referiu.

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