Ministério Público acusa Pimenta Machado de peculato

O Departamento Central de Investigação e de Acção Penal (DCIAP) do Ministério Público acusou ontem Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória, de quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos. A notícia é publicada na ediçao de hoje da imprensa nacional Do rol de acusados constam ainda a sua mulher, por co-autoria numa alegada apropriação de cerca de 820 mil euros, e ainda João Vale Azevedo, ex-presidente do Benfica, por dois crimes de falsificação de documento.
Em causa estará o destino de parte da verba paga pelo Benfica pela compra de Fernando Meira ao Guimarães, que não terá sido canalizada para os cofres deste clube.
O Ministério Público também apurou a existência de mais eventuais apropriações de dinheiro no quadro da compra-venda de outros três jogadores.
Durante as buscas, os investigadores confiscaram documentos atestando que cerca de 350 mil euros terão sido pagos à Sportmedia, empresa sediada num paraíso fiscal situado numa minúscula ilha do Sul do Pacífico. O titular da referida empresa figuraria como intermediário na transferência de Meira e seria uma pessoa que desconheceria a
transacção e não teria mesmo conhecimento da conta que fora aberta com os seus elementos de identidade.
O titular do inquérito acabaria por arquivar, por já ter prescrito, um crime de usurpação de funções supostamente cometido por Pimenta Machado. O arguido alegou ser advogado e/ou licenciado em Direito nos documentos em que requereu a emissão do bilhete de identidade. O ilícito resultaria do facto do ex-dirigente vimaranense não ter concluído aquele curso superior.
O Ministério Público preconizou a manutenção da obrigação imposta a Pimenta Machado de continuar a prestar uma caução patrimonial de meio milhão de euros, que lhe foi imposta pela juíza Maria de Fátima Mata-Mouros, em Dezembro de 2002.
Inicialmente, a juíza intimara Pimenta a depositar um milhão de euros, acabando por reduzir para metade o valor da caução.

Marcações: Judicial

Imprimir Email