Ministra diz que habitação "deve ser olhada como a saúde e a educação"

A Ministra da Habitação considera que "a habitação deve ser olhada cono a saúde". Marina Gonçalves falava num debate sobre habitação promovido pela Concelhia do PS de Guimarães.

“A reforma estrutural da habitação em Portugal é a do reforço do parque público da habitação que é, neste momento, de apenas 2%”, afirmou Marina Gonçalves defendendo que “o país tem de olhar para a habitação como olha para a saúde ou a educação, como um direito fundamental, constitucional, que se tem que cumprir, já que a habitação é uma responsabilidade do Estado”.
Salientando embora as dificuldades das políticas em curso, que “partem de mínimos e da entrega quase completa do sector ao mercado”, Marina Gonçalves, depois de explicar com pormenor as medidas do programa «Mais habitação», reivindicou para o PS o ter colocado “a habitação como prioridade no discurso e na ação política, fazendo sair da uma posição periférica”.
“Hoje não há dia em que a habitação não seja assunto de debate na Assembleia da República e não há partido que não tenha posição sobre o assunto”. No entanto, acrescentou, "ambiciono que todos os partidos consensualizem a necessidade de políticas estruturais para a habitação, como consensualizam para outros sectores da vida pública, reconhecendo a sua importância estratégica para a democracia”.

Numa sala repleta de ouvintes atentos e participantes, com membros de várias associações de moradores de Guimarães, as perguntas foram muitas, mas também as críticas, quase sempre ao IHRU, entretanto com novo Conselho Diretivo, recentemente nomeado, mas também com elogios, por exemplo pelo arranque, embora tardio, da recuperação do Bairro da Emboladoura, em Gondar. Quanto ao IHRU foram muitas as críticas apontando o seu distanciamento dos moradores e dos bairros, manifestando completa falta de sensibilidade para com os problemas concretos das pessoas e de cada uma das comunidades em particular.
As críticas ao IHRU, recorrentes, foram acomodadas por Marina Gonçalves, que reconheceu que se terá que “fazer uma reaproximação do IHRU dos inquilinos, que esse é um trabalho difícil, numa instituição que foi ela mesma descapitalizada, mas que poderá começar a curto prazo, por exemplo com a instalação, junto de alguma comunidades, de equipas permanentes de acompanhamento, como se espera venha a acontecer em Guimarães, com a abertura de uma delegação em Guimarães, que permita servir diretamente e em proximidade os utentes das habitações do Estado ”.

Ricardo Costa, Presidente do PS de Guimarães interveio defendendo que se “vive um momento de excepcional gravidade e stress económico para as famílias, em virtude das altíssimas taxas de juro, e que compete ao Governo intervir de modo a convencer os bancos a partilharem os seus imensos lucros, resultado de financiamentos próprios que foram realizados a valores muito baixos e que estão, agora, a ser emprestados às famílias a valores exorbitantes”. “Há mecanismos que permitem ao Governo moderar a atual situação de lucros bancários desproporcionados e que devem ser usados”, afirmou Ricardo Costa.


Marcações: Marina Gonçalves

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