UM conclui há "indiferença e racismo" para com comunidade cigana em bairro Atouguia

Um estudo da Universidade do Minho sobre as relações sociais no bairro social da Atouguia, em Guimarães, concluiu pela existência, em geral e ao fim de 20 anos de convivência, de "indiferença ou mesmo racismo para com a comunidade cigana". O trabalho, elaborado por Sílvia da Mota Gomes, Manuel Carlos Silva e Marina Ramos e apresentado no Congresso Luso-Afro-Brasileiro que decorreu este sábado em Braga, sublinha que, mais do que racismo - que também existe - persiste uma situação de "grande desconhecimento de parte a parte".
Segundo a Lusa os autores concluíram, após um longo período de trabalho de campo no Bairro que "as condutas e os comportamentos da sociedade portuguesa, relativamente ao grupo étnico cigano, demonstram a existência de uma verdadeira «questão cigana»".
Sílvia Gomes acentuou que a desconfiança entre as comunidades é ainda maior quando se trata de famílias ciganas oriundas de outras regiões europeias, caso da Galiza, já que estas, ao contrário das portuguesas, "se mantêm muito ligadas a práticas e costumes tradicionais ciganos".
No texto apresentado ao Congresso, num painel sobre "Racismo e Relações Inter-étnicas" e partindo de centenas de entrevistas e contactos no local, os sociólogos referem que "os ciganos são rejeitados, excluídos, vistos com desconfiança e despertam uma sensação de insegurança e de receio na população em geral".

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