Sem-abrigo instalado junto ao Pavilhão Francisco de Holanda

A poucos metros do remodelado Estádio D. Afonso Henriques, habita um homem em condições degradantes. João Pires Coelho tem 46 anos, está desempregado e sofre de várias doenças. Instalou os seus parcos haveres num recanto das traseiras do Pavilhão Francisco de Holanda. Com o Euro à porta, o abrigo tem os dias contados. Com vista privilegiada para o monumental recinto, num pátio abrigado
existente nas traseiras do Pavilhão Francisco de Holanda, um homem acomoda-se no local onde passa as noites há alguns meses. "Isto não tem muitas condições, mas sinto-me bem aqui. Tenho pessoas amigas que me dão um pratinho de comida e ninguém me incomoda, estou sossegado", alega João Pires Coelho.
Beneficiário de um subsídio de 150 euros, João Pires Coelho passa os dias a deambular pela cidade. "De manhã, estou sempre no Mercado Municipal. Faço recados a carregar verduras e frutas. Ganho assim mais algum dinheiro para comer. De tarde, sento-me num banco de jardim ou deito-me no meu divã. Não há queixas da vida que levo. Não me porto mal, não roubo, não ando na droga. Se não me arranjam uma casinha, pelo menos que me deixem ficar aqui", clama precisamente sentado na cama improvisada, mirando a relva verdejante onde brincam as crianças, na área envolvente ao Estádio D. Afonso Henriques.
Ao ser confrontado com a situação, o Presidente do Conselho de Administração da CASFIG confirmou que os serviços tiveram conhecimento deste caso no final do ano passado. Imediatamente, em conjugação com a Segurança Social, o homem foi encaminhado
para um quarto situado numa pensão da cidade. Mas, essa solução terá sido contrariada por João Pires Coelho que voltou ao seu "cantinho".
Face à persistência do sem-abrigo em permanecer naquele local, Domingos Bragança declara que "é inaceitável que um ser humano viva assim, tendo a CASFIG voltado a contactar a Segurança Social para numa primeira fase se encontrar um novo quarto para ali viver num período transitório". O responsável adianta que estão a ser
desenvolvidos esforços para encontrar "um lar para que o Sr. possa ser acompanhado por serviços médicos, tendo assegurado o conforto, a alimentação e a higiene necessária à sua integração social".

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