VÍDEO: Demora da Segurança Social gera «grito» de revolta de mãe de menino com necessidades educativas especiais em Guimarães

O grito de revolta da vimaranense Mónica Barroso tornou-se viral nas redes sociais. Mãe de uma criança de sete anos, com necessidades educativas especiais, trava uma luta para ver reconhecidos os seus direitos e assim ter acesso às terapias que têm permitido a evolução registada no seu desenvolvimento.

Ontem à tarde, após uma deslocação à Segurança Social de Guimarães, Mónica Barroso decidiu partilhar a sua incompreensão pelo funcionamento dos serviços. Há mais de meio ano que aguarda pela resposta ao requerimento de bonificação por deficiência para o filho. Um subsídio que não recebe desde o passado mês de Novembro.

  

Esta manhã, na sua residência em Ronfe, onde possui também o seu estabelecimento comercial, Mónica Barroso partilhou com o Grupo Santiago a sua demanda na defesa dos superiores interesses do filho, Miguel Maria. "É um super-herói. É o que já me disseram vários médicos que conhecem o caso dele. Fez vários exames e os resultados são normais. Ele está a ser tratado como autista, tem algumas características de autismo, mas não quer dizer que o seja... É o mais próximo que conhecem. Tem um atraso global no desenvolvimento, sem causa aparente, ninguém sabe...", conta, sublinhando que ainda não tem reconhecido o grau de incapacidade, estando à espera da marcação da junta médica necessária para que o filho possa receber os apoios financeiros complementares, indispensáveis para o progresso no acompanhamento terapêutico. 

Desde o início do ano lectivo, Miguel Maria frequenta a Escola EB 1 de Oliveira do Castelo, em Guimarães, e a evolução no seu desenvolvimento tem sido motivadora. A pandemia da Covid-19 e o encerramento das escolas alteraram o projecto educativo, dificultando a eficácia das actividades do ensino à distância. "As professoras daquela escola são excelentes. O melhor para o Miguel. Ele agora tem saudades da escola. Todos os dias pega na mochila, na lancheira. É uma escola que estava a ajudar muito", refere, elogiando a articulação das actividades com a CERCIGUI, anotando as pequenas vitórias: "Ele começou a comer bolachas e as bananas pela mão dele". 

"O Miguel Maria gosta muito de correr, de brincar... e de caminhar no monte", descreve Mónica, indicando: o meu filho anda, corre, mas não consegue pegar num lápis para pintar, come com ajuda, não fala. Mas, é muito alegre, um menino feliz! Que gosta de beijos e abraços! Não é uma criança normal. Ele, se cair chora... Mas não sei se se magoou ou não", referiu, ao assumir o receio de que os progressos conquistados desde o início do ano lectivo sejam interrompidos, porque desde que as aulas deixaram de ser presenciais o Miguel "estranhou as rotinas".

Mónica tem um negócio por conta própria, vincando com determinação que a sua causa é fazer tudo o que esteja ao seu alcance para que o filho seja autónomo. "Quero ver resolvida a  situação da atribuição da bonificação a que ele tem direito, porque esse dinheiro é para ser aplicado nas terapias de motivação sensorial e cada sessão custa 37 euros. O valor mensal do subsídio é de 63 euros, dava quase para duas sessões.. Só peço ajuda para que o Miguel tenha as terapias necessárias para que ele possa evoluir e ser uma pessoa mais válida na sociedade, porque tenho a certeza que o meu filho poderá ter mais autonomia.. Por exemplo, tomar o seu banho e comer sozinho... Vestir-se e calçar os sapatos, o que não consegue fazer hoje", brada, na esperança de que os direitos do filho sejam reconhecidos pela Segurança Social.

Marcações: Ronfe, Segurança Social, autismo, apoios

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