VÍDEO: Pais denunciaram maus tratos após filho ser entregue por auxiliar da EB 1 de Mascotelos em tronco nú e magoado no pescoço

Os pais de um aluno que frequenta a Escola EB1 e Jardim de Infância de Mascotelos, apresentaram uma queixa à PSP de Guimarães, sustentando que o filho foi vítima de maus tratos naquele estabelecimento de ensino.

Os factos que originaram a denúncia ocorreram na passada quinta-feira. A mãe da criança, Eliana Oliveira, contou que foi confrontada com uma situação "muito desagradável" que a deixou indignada.

Funcionária numa fábrica de calçado, com restrições no uso do telemóvel durante o trabalho, ao final da tarde daquele dia, verificou que tinha uma chamada não atendida na escola. "Imediatamente a devolvi e a funcionária disse-me que o meu filho estava na escola, numa sala, sem a camisola, porque a tinha rasgado, e que não ganhava para aturar aquilo", recordou, ao prestar declarações ao nosso jornal.


Já nas instalações da escola, continuou, "entregaram-me o menino sem a camisola, trazia-a na mão, rasgada, e a funcionária virou-me costas e seguiu caminho, sem me explicar o que aconteceu".

A mãe lamenta não ter sido informada do sucedido pela Escola, indicando que foi o filho, de sete anos, que descreveu os acontecimentos. "O menino disse-me que outros meninos estavam a brincar e que um amigo dele estava no chão a ser pisado pelos outros e que a funcionária não fez nada para o ajudar. E que ele acabou por empurrar um miúdo pelas escadas, o que não é correcto, mas depois a funcionária arrastou-o para uma sala, puxou-lhe as orelhas e rasgou-lhe a camisola, magoando no pescoço, deixando-lhe marcas que eram visíveis", explicou a mãe, ao dar conta que perante os contornos da situação resolveu dirigir-se à esquadra da PSP e formalizar a apresentação da queixa, participando o caso igualmente ao Agrupamento de Escolas Afonso Henriques e à Câmara Municipal de Guimarães.

O aluno em causa frequenta o 1º ano, do 1º ciclo naquela escola, merecendo acompanhamento por parte da equipa do ensino especial. "No ano passado, o nosso filho fez muitos progressos, evoluiu muito no relacionamento com os outros na mesma escola, estando a ser acompanhado por um psicólogo e pela equipa de pedopsiquiatria do Hospital da Senhora da Oliveira. Os médicos não referem nada de concreto quanto ao diagnóstico, existindo a dúvida entre 'défice de atenção' e 'hiperatividade'. Recomendaram que seja continuamente avaliado e orientado para que o seu comportamento melhore", assinalou Eliana Oliveira, ao declarar que solicitou esclarecimentos à direcção do Agrupamento Afonso Henriques sobre i relato feito pelo filho. "Disseram-me que não acreditavam que a funcionária tivesse feito aquilo", indicou a mãe, lamentando que a sua condição não mereça o devido enquadramento, especialmente no desenvolvimento das Actividades de Enriquecimento Curricular. "Os problemas só surgem quando ele fica na escola depois das 15h30, durante as Actividades de Enriquecimento Curricular ou no período em que ele espera que o vá buscar à escola no final do meu trabalho", prossegue a mãe.

O pai é peremptório a afirmar: "Nós sabemos que o nosso filho não é uma criança fácil. Ele quando é provocado por algum miúdo reage com agressividade, mas depois só ele é que é castigado e ele não lida bem com essa injustiça". Pedro Oliveira justifica que decidiu apresentar queixa na PSP para alertar e sensibilizar a comunidade para o que têm de enfrentar outras crianças como o filho. "Infelizmente, há muitos A. ! Que precisam que as escolas os acolham e contribuam para evolução ao nível da aprendizagem e para a sua inclusão social. O Governo criou um serviço de apoio educativo que promove a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais, mas esse esforço tem de envolver todos com práticas pedagógicas adaptadas e não com medicamentos. O programa do Governo é destinado a desenvolver competências nas crianças para a sua integração nas escolas e na sociedade, num esforço em que fazemos a nossa parte, mas agora falta a escola integrá-lo no seu ambiente", indica o pai.

Câmara quer apurar factos

No sentido de obter um esclarecimento sobre o assunto, o nosso jornal dirigiu um e-mail à direcção do Agrupamento de Escolas Afonso Henriques, não tendo obtido qualquer resposta.
Através de contacto telefónico, a Directora do Agrupamento, Graça Teibão, confirmou a recepção do pedido, declarando que não se pronunciaria sobre o assunto.
A mesma exposição foi dirigida à Câmara Municipal de Guimarães que, por e-mail, respondeu que "foi informada da situação em questão e comunicou ao Agrupamento, que detém a responsabilidade em matéria disciplinar com o pessoal não docente. A Câmara Municipal está a acompanhar as diligências necessárias com o intuito de apurar os factos".

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