Vitória perdeu por 1-0 em Alvalade

O Vitória perdeu esta noite a oportunidade de se distanciar do Boavista na luta pelo quinto lugar, ao perder no Estádio José Alvalade, frente ao Sporting, por 1-0, no jogo que encerrou a jornada 32 da Superliga. O que é que justifica o triunfo do Sporting? A evidente supremacia em termos de domínio territorial exercida pela equipa de Peseiro até ao momento em que fez golo? Sim. A pouquíssima audácia vitoriana até esse momento? Também. Ou seja, o resultado é um género de prémio para uns e castigo para outros.
Quanto ao resto, sublinhe-se que a qualidade do jogo deixou a desejar. Quase nunca brilhante do ponto de vista técnico, pouco recortado, sem a magia que Quinito apregoava com razão e coração.
Numa primeira instância, o Vitória foi a Alvalade unicamente preocupado em preservar o 0-0 inicial. Manuel Machado optou por colocar Medeiros ao lado de Cléber e Paulo Turra, em detrimento do lateral-esquerdo de raíz Rogério Matias. No meio-campo, Flávio foi acrescentado a Alexandre e o ataque ficou abandonado à sorte de César Peixoto e Marco Ferreira, porquanto o suposto construtor de jogo que deveria ser Orahovac nunca apareceu, daí que à meia hora já o treinador esgotasse a primeira substituição, percebendo que a estratégia de retraimento defensivo deixava entregue a um destino de invariável nulidade os homens de ataque. A entrada de Targino foi assumida com a ideia de explorar eventuais lançamentos em profundidade de que o jovem jogador poderia dispor entre os centrais Beto e Polga. Nada disso... No primeiro tempo, ofensivamente o Vitória valeu zero e o Sporting - debalde uma evidente supremacia territorial - pouco mais do que isso.
Ou seja, a estratégia de Manuel Machado surtiu efeito durante 56 minutos. O Sporting perdia-se em jogadas inconsequentes e previsíveis no ataque, mas (existe sempre um mas) mantinha constantemente o jogo junto da defensiva vitoriana. Havia o risco de uma jogada isolada desatar o nó. Assim foi. Olegário assinalou uma falta (?) de Medeiros sobre Douala e na conversão do livre directo Tello foi irrepreensível.
O Vitória respondeu imediatamente à desvantagem. Romeu foi aduzido ao ataque e podia ter marcado após um cruzamento de César Peixoto, não fosse a feliz intervenção de Ricardo.
Ficou o aviso e a premente necessidade induzida pelo Sporting de preservar o magro pecúlio. Com maior ou menor dificuldade foi o que aconteceu, sublinhando-se como justo o seu triunfo porque fez mais por o merecer. O Vitória, primeiramente atado na sua plantação táctica, só depois do golo despertou um pouco da letargia ofensiva a que foi votado.
Olegário Benquerença teve claramente dualidade de critérios no âmbito disciplinar em prejuízo do Vitória. Felizmente para os vitorianos, não acertou em nenhum elemento que pudesse falhar o jogo decisivo de sábado.

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