Ricardo Soares: "Os jogadores do Moreirense estão com uma vontade enorme de ir a jogo"



O treinador do Moreirense, Ricardo Soares, abordou o encontro com o Boavista, da 25.ª jornada da I Liga, numa conferência de imprensa que teve lugar esta sexta-feira, nas plataformas digitais.
Ricardo Soares começou por salientar que a equipa está comprometida em contornar as dificuldades para dar continuidade aos bons resultados.

Em que forma se encontra o Moreirense para a retoma da I Liga?: "É tudo novo para nós, é um grande desafio para os jogadores, treinadores e para os clubes. Os jogadores estão com uma vontade enorme de ir a jogo. Estamos felizes por poder fazer o que gostamos. Não posso dizer em que nível estamos porque não fizemos qualquer jogo treino, mas os indicadores são bons. A equipa tem um compromisso enorme para ultrapassar as dificuldades que nos esperam, concretamente ao nível físico."

Um denominador comum nos jogos da retoma tem sido o erro. Isso preocupa-o como treinador?: "Temos visto erros que têm acontecido ao nível individual, que depois se refletem no colectivo. São erros naturais, que aconteciam nos jogos de pré-época, com tempo para depois serem corrigidos e anulados. Neste momento saltam mais à vista porque não temos feito esses jogos de preparação.Esses erros tornaram-se mais visíveis. São erros que tiram competência e pontos às equipas."

O que esperar também do jogo com o Boavista?: "A paragem foi importante para o Boavista, porque teve oportunidade para reajustar o seu modelo. Era uma equipa muito bem organizada, estruturada, agressiva, que não estava a conseguir resultados tão bons no seu estádio. Para mim, o nosso foco é a nossa equipa. Queremos conhecer o adversário para que não possamos ser surpreendidos, mas é fundamental acreditamos na nossa proposta de jogo, na nossa qualidade, fazer um futebol para conquistar pontos. A nossa ambição passa por fazer um bom jogo, apesar das adversidades destas circunstâncias."

A grande dificuldade como treinador pode passar por não conseguir colocar em prática as suas ideias depois uma longa paragem?: "Conhecendo o Daniel Ramos, treinador com provas dadas e extremamente inteligente, não tenho dúvidas de que vai aparecer um Boavista diferente dos últimos jogos que analisamos. Mas, temos uma identidade muito própria, que queremos que prevaleça. Queremos que as pessoas fiquem satisfeitas com o nosso desempenho. Queremos ser uma equipa eficaz. São as vitórias que nos alimentam e nós queremos muito ganhar."

O Moreirense será capaz de manter a mesma imagem?: "A nossa proposta de jogo é evolutiva, crescemos com o tempo. Quisemos evoluir, queremos uma equipa ainda mais dominante com posse de bola. Podemos querer uma equipa com domínio e posse de bola, mas temos de ter capacidade para entender todos os momentos do jogo. Temos de saber baixar linhas, defender com eficácia. Esta equipa tem jogadores com grande qualidade, o que me obriga a reformular posicionamentos para crescermos. Sabemos que a perfeição é difícil, mas o processo é este. Nas últimas conferências dizia que via grande margem de progressão, mas esta paragem não serve de desculpa. A questão física não é uma preocupação extrema porque estamos nas mesmas circunstâncias que o Boavista. Isto é igual para todos. O que me preocupa é a onda de lesões que tem surgido porque gosto muito dos meus jogadores. Queremos apresentar os melhores jogadores, para que o futebol seja cada vez melhor."

Como gere este momento, uma vez que o Moreirense já conta com 30 pontos?: "Não está nada assegurado, é essa a mensagem que passo ao jogadores. Temos 30 pontos, a 10 jornadas do fim é uma boa performance. Mas, temos muito para conquistar. Temos trabalhado de forma séria e sempre com grande ambição. Vamos a jogo para tentar ganhar todos os jogos."

O que espera da influência dos jogos se disputarem à porta fechada?: "Essa foi uma preocupação minha , preparar os jogadores para um contexto que não é habitual. O futebol tem muito da questão física, técnica e táctica, mas tem a questão mental. O apoio exterior por vezes é determinante para se vencer jogos. Há um conjunto de equipas que estão a ter dificuldades para vencer jogos e não acredito que seja só pela questão física. Aquelas equipas que se prepararam melhor para este contexto podem usufruir de alguma vantagem."

Tem o 11 definido para o jogo com o Boavista?: Sim, tenho. A equipa trabalha muito, o grupo é fantástico. Quem jogar vai dar uma boa resposta daquilo que é o valor da equipa. Custa-me muito deixar jogadores de fora, porque o plantel é extremamente equilibrado, com qualidade. Só podem jogar 11 e o nosso plantel é extenso. Por isso é que sou treinador, para tomar decisões."

Ainda espera ter adeptos nas bancadas este ano?: "Há uma coisa que tem de fica clara, há pessoas com mais meios para responder a isto. Se tomaram esta atitude é porque entendem que está em causa a saúde pública. Outra coisa é dizer que objectivamente gostava de ver público nas bancadas. O futebol é do povo, dos riscos, dos pobres, dos homens, mulheres, crianças. O futebol é a minha paixão, para mim só faz sentido com público nas bancadas. Mas, respeito a decisão das entidades competentes, que defendem a saúde pública."

Espera poder usufruir de mais substituições?: "Comecei por dizer que estou preocupado com os jogadores, porque queremos que estejam todos bem. Faria todo o sentido, porque isto é tudo atípico, proteger os jogadores, porque eles são os principais intervenientes. Nesse sentido, faz todo o sentido pensar nas cinco substituições, com 20 jogadores no banco, e com as três paragens para não haver anti-jogo."

O regresso de Luther Singh é importante?: "Foi determinante antes da minha chegada, fico muito feliz por estar disponível. Tenho um jogador que não pode ir a jogo pela Covid-19. Está a treinar com a equipa, mas a nível da condição física não está disponível. O Abdu não está disponível."


Marcações: Moreirense Futebol Clube, Ricardo Soares

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