Henrique Passos dá o mote para a manutenção do CR Candoso na Liga Placard: “Precisamos de vencer em casa”



Numa entrevista à edição desta semana do jornal DESPORTIVO de Guimarães, aproveitando a paragem da Liga Placard, Henrique Passos, técnico do Candoso, dá o mote para o clube conseguir o objectivo da manutenção no principal escalão do futsal nacional.

Ao cabo de 19 jogos realizados, o Candoso encontra-se na 13ª posição, com 15 pontos, a dois dos lugares de manutenção. Sente que o clube tem condições para garantir a permanência?: "Nós estamos com os pontos que, se calhar, não merecíamos. Perdemos em casa seis pontos com os três últimos e, até à data, não conseguimos ganhar um jogo em casa, tem-nos faltado a estrelinha da sorte. Se tivéssemos os mesmos pontos em casa do que os que fizemos fora, neste momento estávamos numa zona mais confortável. Temos de trabalhar muito mais, ser mais sérios. Falta-nos aquele bocadinho de seriedade com o pensamento de “temos de ganhar”.

O Candoso, de facto, ainda procura a primeira vitória em casa. O calor humano dos adeptos do Candoso é algo que pode justificar esse aspecto, ou existem outros factores para que essa vitória ainda não tenha aparecido?: "É lógico que, faltando os nossos adeptos, falta-nos uma ajuda muito grande, eles incentivam-nos a sermos mais objectivos. Sabemos de antemão que, faltando esses adeptos, temos de ser mais rigorosos naquilo que fazemos. Trabalhamos muito durante a semana para chegar ao fim de semana e ganhar os jogos. Nos jogos em casa, não temos sido tão competentes. Por exemplo, apesar de termos ido agora ao Benfica e perdido por 6-2, tivemos uma grande atitude, um grande jogo, perdemos com uma equipa que é superior à nossa. Temos de ter mais eficácia, que é aquilo que tem faltado nos jogos em casa. Muitas vezes perdemos o controle por esses mesmos motivos. Se calhar, aquela entreajuda dos adeptos que empurram a nossa equipa, quando eles voltarem vai obrigar-nos a sermos mais rigorosos".

Apesar das dificuldades, o Candoso tem feito melhor do que na época transacta.: "Sim é verdade. É lógico que temos uma equipa muito superior, com muita mais qualidade. O investimento que o Candoso fez foi para buscar jogadores de qualidade. Nós somos uma equipa, somos quase uma família. É a minha segunda família, uma pessoa perde mais tempo no pavilhão, nos jogos. Com essa ligação que temos, exigimos mais deles como os jogadores exigem mais de nós (treinadores). O que eu quero é que, neste cômputo geral, nestes jogos que nos faltam fazer, pelo menos tenhamos uma atitude em casa em que somos obrigados a ganhar os jogos. Se ganharmos esses jogos em casa, estamos tranquilos".

Apesar dos resultados não terem sido os desejados, como avalia a prestação da sua equipa?: "O Candoso, tirando um ou outro jogo em que não fomos tão competentes, temos feito jogos de imensa qualidade. Os jogadores têm trabalhado bastante, seguem aquilo que nós queremos, são bastante humildes a aceitar aquilo que queremos. Da parte da nossa direcção e do staff diretivo têm-nos ajudado bastante, não nos tem falhado com nada, sentimos que a nossa direcção nos tem dado a tranquilidade de que necessitamos. Como já referi, temos de ter mais responsabilidade. E essa responsabilidade tem de passar por todos nós. Só com trabalho é que conseguimos lá chegar. Tenho a certeza de que vamos conseguir a manutenção. Por tudo o que os meus jogadores fizeram, eles merecem".

Numa época “normal”, o Candoso poderia estar um pouco melhor?: "Eu penso que sim. Muitas vezes, nós somos afectados nos jogos em si, não é só connosco, mas também com as outras equipas. Jogas e depois páras, jogas e depois páras… Tu vens de uma vitória, logo a seguir não tens jogo. Se calhar, a seguir vais ter jogo com uma equipa que vem de duas vitórias. Não é aquilo que queremos, queremos sim fazer os jogos todos seguidos, só assim nos vamos sentir melhor e mais preparados. Naturalmente que esta situação não é só para nós, é para todos. Um exemplo: nós fomos jogar a Lisboa. Chegamos lá, não temos restaurante para almoçar ou jantar. Fizemos o jogo, tivemos de vir embora logo na camioneta com receio de tudo. Nós, jogadores e treinadores, somos dos mais testados, visto que, neste momento, o futsal é uma das modalidades em que se está a realizar mais testes. Mas acabamos por ter mais receio. Isso também não nos ajuda. Não ajuda as equipas, muitas vezes não ajuda o trabalho que fazemos porque chegas, estás com jogadores que acusaram positivo e vais ter de parar e treinar com um ou dois jogadores. São situações com que estamos preocupados. Se há um surto maior e as equipas têm novamente de parar, quanto será o tempo de paragem? Espero que isso não aconteça, porque os jogadores não merecem isso".

Qual sente ser o principal ingrediente para catapultar o Candoso rumo à manutenção?: "É ganhar os jogos em casa. O nosso grande objectivo é, já no próximo sábado jogar contra o Portimonense e ganhar em casa. Ganhando em casa pode resultar na solução daaquilo que nos tem falhado. Pode ser a nossa chama, o clique para obtermos bons resultados. Fora, somos bastante competentes. Tem-nos faltado a estrelinha da sorte em casa. Ganhado um jogo em casa, ganhamos igualmente confiança e vamos com tudo para os jogos seguintes. Precisamos, sem dúvida alguma, de conseguir o primeiro triunfo dentro de portas. Se seguirmos a linha que temos seguido, para o ano estaremos novamente na 1ª Divisão".


Marcações: futsal, CR Candoso, Henriques Passos

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