Miguel Pinto Lisboa e o projecto da nova Academia do Vitória: "Estamos a tratar do processo de forma acelerada"



O projecto de remodelação da Academia do Vitória, concretamente da construção do mini-estádio, não anula a vontade da SAD de avançar com a construção de uma nova Academia para o futebol profissional. Aliás, de acordo com Miguel Pinto Lisboa, o projecto está em marcha e serão conhecidas novidades em breve. A localização para a construção de uma nova Academia está a ser estudada pelo Vitória, assim como pelo seu parceiro no projecto, a Câmara Municipal.

Como é que estão a decorrer as obras do mini-estádio, um projecto que o Vitória pretende que alavanque o seu futuro imediato, nomeadamente ao nível da Formação?: "Apresentámos o projecto do mini-estádio aos nossos associados em Outubro e, apesar do momento de pandemia ser difícil para todas as actividades, trata-se de um projecto estruturante que aproximará o Vitória do que os nossos competidores directos fazem. A Academia já tem cerca de 30 anos e já não nos confere a vantagem competitiva que nos conferiu noutros momentos e se a nossa aposta é, desde o início, na Formação, ela tem de se reflectir em melhores condições de trabalho. Optámos por fazer um mini-estádio e as fases 1 e 2 já estão em processo adiantado. A fase 1 ficará concluída antes do início da próxima época desportiva, dando condições estruturais melhores para os nossos atletas da formação".

Em que é que consiste essa fase?: "Na remodelação total da zona de balneários, que estava com algumas deficiências. Vamos ter balneários novos para as nossas equipas e para os visitantes. As zonas de fisioterapia e de preparação física da Formação serão também totalmente remodeladas. A fase 2 consistirá nos serviços administrativos na parte superior desse edifício, que também terá a componente dos camarotes, que é obrigatória. Por isso, nesta fase 1 incorporamos o reforço estrutural necessário para a execução da fase 2".

Que estará concluída quando?: "Durante a próxima época desportiva. Depois avançaremos para a fase 3, que tem a ver com a requalificação das bancadas, colocação de cadeiras, cobertura e novos acessos de acordo com as normas do IPDJ, ou seja totalmente segregados. Antes do centenário creio que estará tudo concluído".

Que verbas serão afectadas a este investimento?: "Para além das comparticipações que temos, serão ainda afectadas verbas de algum relevo por parte do Vitória, daí eu dizer que esta é uma obra estrutural e que justifica esse investimento. Isto é um investimento e não um gasto".

Este projecto anula, de alguma forma, a ideia que tinha de construir uma nova Academia para o futebol profissional?: "Não. O que este projecto nos garantirá é uma melhor capacidade para a Formação, que aqui nesta Academia está esgotada. Se queremos dar um passo significativo no crescimento no Vitória que projectamos para o futuro, temos que acelerar o projecto da nova Academia. O nosso objectivo passa por manter esta, porque há uma relação umbilical entre o Vitória e a sua Cidade - termos esta Academia para a Formação já é um património dos vimaranenses - mas para o futebol profissional, com o nível de exigência que hoje ele exige, isto já não é suficiente e já estamos a tratar do processo de forma acelerada".

Já com uma localização decidida?: "Está a ser estudada, mas o projecto está definido quanto às nossas necessidades e no que diz respeito às equipas que transitarão para essa Academia. Falta determinar o espaço físico que ela ocupará".

Algumas equipas não profissionais podem transitar para esse novo espaço?: "Em princípio será dos sub-17 para cima".

A localização preferencial seria na zona de Silvares. Ainda é para lá que aponta?: "Será com certeza no concelho de Guimarães, mas especificamente terá de ser estudada porque temos uma relação próxima com a autarquia, que também entende este projecto como importante para o crescimento do Vitória. Respeitamos os nossos parceiros e no momento certo em que a decisão esteja tomada, esta será comunicada aos vimaranenses e vitorianos".

Este é um sinal inequívoco de que o Vitória do futuro vai estar muito alicerçado na sua Formação?: "É um sinal claro que um projecto desportivo como o do Vitória só faz sentido alicerçado na Formação. O Vitória, como a generalidade dos clubes portugueses, tem de ser formador e o que dá alguma capacidade competitiva ao nosso futebol é a qualidade da formação. Quem tiver um projecto diferente está condenado ao fracasso, porque não temos os meios financeiros que têm outros competidores. Devemos apostar na Formação, essencialmente a partir dos 16 anos, que é quando temos maior garantia contratual, e produzir internamente o talento que nós não temos capacidade de adquirir externamente. Esta é a visão do futebol português, como formador para outros mercados. E não podemos nunca perder de vista a vantagem desportiva que devemos igualmente retirar dessa aposta".


Marcações: Miguel Pinto Lisboa, Academia Vitória Sport Clube

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