Ensino pré-escolar e 1º ciclo sofrem "pressão" devido à elevada procura na zona urbana de Guimarães

O aumento do número de alunos inscritos no ensino pré-escolar e do 1º ciclo da área urbana está a obrigar a Câmara Municipal de Guimarães a tentar encontrar soluções para corresponder à procura com a criação de mais salas para o acolhimento condigno das crianças. Um fenómeno novo, muito diferente da sobrelotação que outrora caracterizou o panorama educativo concelhio, mas que exige respostas que estão a ser equacionadas pelos serviços municipais.

A Vice-Presidente do Município e responsável pela educação salvaguarda que os dados disponíveis para o próximo ano lectivo ainda "não são fiáveis", porque "só quando todas as turmas forem aprovadas será possível avaliar as condições", mas não esconde a existência de "uma pressão enorme sobre o pré-escolar" em todo o Concelho. "Temos previsto abrir dois novos jardins de infância no Agrupamento de Briteiros que é já periférico, uma nova sala no Agrupamento de Abação, uma na zona Sul do Concelho, na Escola do Carreiro", justificou Adelina Paula Pinto, reconhecendo que as dificuldades são muito sentidas na zona urbana. "Vamos ter de encontrar soluções porque temos Mesão Frio que não conseguimos responder ao número de crianças por causa das áreas de residência e Creixomil que já têm as salas completas", precisou a responsável, insistindo que a resposta ao nível pré-escolar "é efectivamente uma dificuldade".

Os motivos para a alteração de paradigma não estão esclarecidos. "Temos muitas crianças migrantes que chegam a Guimarães em idade pré-escolar. Fizemos o levantamento de migrantes e tínhamos cerca de 1.200 crianças e jovens. É uma grande pressão, mas há também a considerar a falta de resposta das IPSS e uma opção dos pais que colocam as suas crianças na escola pública no pré-escolar para depois terem continuidade", considerou, ao apontar que a pressão "estende-se ao 1º ciclo do ensino básico".

"Há três anos, as direcções das escolas estavam preocupadas com a falta de alunos. Por isso, defendo que uma carta educativa tem de ser um documento flexível, construída ano a ano, para que seja possível acompanhar estas variações, porque assiste-se a algo que era imprevisível, porque não existe por exemplo uma correspondência com o aumento da natalidade. Há um fenómeno novo que ainda não conseguimos averiguar, mas que certamente estará relacionado com uma maior fixação das pessoas na zona urbana", alegou a vereadora da Educação, ao frisar que deverá abrir mais uma sala de pré-escolar na EB 1 de Santa Luzia, em complemento à oferta existente em Silvares e em Mascotelos onde já estão a funcionar duas turmas no pré-escolar.

Na vila das Caldas das Taipas, para responder às solicitações perante o aumento do número de alunos, o Município equaciona assegurar transporte para que possam encontrar resposta em escolas situadas nas redondezas. "A pressão sobre as zonas urbanas é muito notória no ensino pré-escolar e no 1º ciclo, estando as escolas sobrecarregadas", afirmou, ao observar que "essa pressão também se verifica no ensino secundário, em que a escolaridade obrigatória até ao 12º ano vem trazendo uma pressão diferenciadora às escolas secundárias".

Perante o elevado número de alunos nas Secundárias Francisco de Holanda e Martins Sarmento, no panorama concelhio, segundo a responsável do Município, a Escola EB 2,3 S Santos Simões deverá sofrer melhorias para aumentar a capacidade de resposta.

 

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