Homem detido por engano processa agente da PSP de Guimarães

O caso, que faz manchete na edição desta semana do Jornal O Comércio de Guimarães, poderá parecer ter saído de um filme, mas é pura realidade. Aliás, nas películas projectadas nas salas de cinema a história tem sempre um final feliz, enquanto que aqui há, no mínimo, um sentimento de vergonha e humilhação aliados a muita revolta, e um nome que poderá muito bem ficar manchado graças a um injustificável engano de dois agentes da PSP de Guimarães. Na última sexta-feira Manuel Araújo, no fim de mais um dia de trabalho, dirigia-se para casa, no autocarro que habitualmente o fazia chegar até ao Lugar do Robalo, em Creixomil, onde reside. Porém, não conseguiu fazer o trajecto até ao fim, muito menos de forma pacífica.
Quando o autocarro chegou à zona da Cruz de Pedra "um carro da Polícia atravessou-se à frente tendo faltado pouco para o motorista do autocarro ter perdido o controlo e embater numa parede de uma fábrica". Feita esta abordagem dois agentes policiais entraram no transporte público e "falaram qualquer coisa com o motorista e, pelo que
me apercebi, perguntavam por um homem de mochila vermelha. Eu, de facto trazia uma do meu filho". Entretanto, "percorreram o autocarro, chegaram junto a mim e um deles agarrou-me violentamente, aliás, percebi bem no olhar dele o prazer com que fazia a cena, a ponto de me querer algemar como se eu fosse um assassino".
Já fora do autocarro, um dos agentes continuava, alegadamente, agressivo negando-se a dar qualquer satisfação sobre o que se passava a Manuel Araújo. Este homem considera a atitude do agente policial reprovável, até porque sabia que não tinha feito nada para passar por toda aquela situação.
Algum tempo volvido Manuel Araújo foi conduzido à esquadra já por agentes da brigada anti-crime da PSP de Guimarães. Ali foi identificado, tendo passado também pelo processo de reconhecimento já que, segundo o Guimarães Digital apurou junto da PSP, Manuel Araújo estava a ser acusado de um furto num estabalecimento comercial.
"Fiquei sem saber o que aconteceu" e no final "apenas me disseram que podia ir embora já que não era a pessoa que teria cometido o tal crime". E realmente foi embora, sem satisfações, tendo sido os próprios agentes da brigada anti-crime a transportá- lo à sua residência.
A conclusão da história é que Manuel Araújo terá sido detido por engano, já que não era a pessoa envolvida no crime de que estava a ser acusado. Este vimaranense considera normal que uma pessoa possa ser abordada para ser identificada pelas autoridades, "mas não desta forma", sem tão pouco ter direito a uma explicação. Posto isto, Manuel Araújo já garantiu que vai levar o agente que o forçou a saír o autocarro para Tribunal.
O Guimarães Digital contactou o responsável da PSP de Guimarães com a finalidade de esclarecer o sucedido. De facto, o Comissário afirmou já ter conhecimento do caso, muito embora não saiba ainda como foi feita a detenção não podendo, por isso, "avaliar a atitude do agente". Seja como for, o responsável afirmou que será feita uma avaliação interna para se perceber os contornos deste caso.

Marcações: Judicial

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