Assembleia Municipal de Guimarães assinalou o 25 de Abril de 1974

A Assembleia Municipal de Guimarães promoveu, este domingo, uma sessão especial para assinalar os 47 anos do 25 de Abril de 1974. Foi uma sessão presencial, ainda que condicionada pela pandemia em que vivemos, que contou com as intervenções de representantes políticos com assento da Assembleia Municipal de Guimarães.

António Meireles, deputado independente, falou do momento da democracia actual, deixando críticas à governação. "A cada governo eleito torna-se uma miragem a possibilidade de sermos um país com um padrão de vida europeu. Esfuma-se a esperança a cada crise que se abate sobre nós e a certeza de que o nosso futuro será uma sombra do que nos prometemos. Vivemos de bazucas, de empréstimos e de mão estendida à Europa e ao FMI, que permite manter a sua clientela contente e tranquila. Diariamente, propagandeiam com plano de recuperação ou de resiliência que nunca chegam à poluição, porque a corrupção enxameiam a classe política. Uma sociedade taxada com impostos asfixiantes", alertou.    

De seguida, teve a palavra a representante do Bloco de Esquerda, Sónia Ribeiro, que afirmou as forças que colocam em causa a democracia. "À pandemia sanitária jutnam-se outras pandemias, mais despercebidas, que prometem causar danos à sociedade. O reemergir de forças políticas anti-democráticas que negam os direitos e liberdades conquistadas na Constituição de 1976, fruto da vontade da revolução. A quem se deixa cair no discurso populista, demagógico e sensacionalista destas forças políticas é preciso lembrar Abril", afirmou.

Cândido Capela Dias, em representação da CDU, apontou baterias para a gestão da Coelima, que está perante um pedido de insolvência. "O nosso pensamento está com as mulheres e homens da Coelima, ameaçados pelo fantasma do desemprego, a somar ao muito já existente. O nosso pensamento vai também para os comerciantes da Vila Pevidém que, por arrasto, serão as outras vítimas da Coelima. Vai ainda para os inquilinos com as rendas em atraso que lhes retiram o sono", referiu Cândido Capela Dias, deixando críticas às descargas poluentes no Rio Ave.   

Em representação do CDS, Nuno Vieira e Brito, apontou para um Abril de "futuro". "Vamos comemorar um Abril onde todos cabem. Mas um Abril de futuro e que dê futuro a quem só conhece dos livros, os mais jovens. Com uma esperança no desenvolvimento, uma certeza na transparência, uma firmeza na igualdade de oportunidades e uma meritocracia como forma de valorização do seu percurso pessoal e profissional. Aproveitemos esta oportunidade para tornar Portugal num país mais igual, coeso, justo, solidário e desenvolvido".  

Já Filipa Leite, em representação do PSD, aproveitou para sublinhar que a liberdade está na capacidade de "mudança" de governação. "Só quem é livre é capaz de mudar. Sair de um lugar comum já vazio e de décadas que estagnou a cidade. Só quem acredita na liberdade é que ousa mudar paradigmas, conjecturas e mentalidades. Só se expressa a plena liberdade quando perspectivamos um futuro melhor para Guimarães."  

Por último, o Presidente da Assembleia Municipal de Guimarães, José João Torrinha, criticou os discursos extremistas. "Se queremos preservar o nosso regime democrático. No jogo democrático dispensam-se sectarismos e polarizações artificiais. O dia em que aceitarmos à mesa inimigos à democracia estamos a dar ao regime democrático um empurrão rumo ao precepicio", frisou.  

Por dificuldades técnicas da transmissão da cerimónia, não foi possível recolher o testemunho do representante do PS, Hugo Teixeira.

Marcações: Assembleia Municipal de Guimarães, 25 de Abril de 1974

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