Maioria socialista aprovou aquisição da Fábrica da Madroa para instalar Loja do Cidadão

A maioria socialista aprovou esta quinta-feira a aquisição do edifício da antiga Fábrica de Curtumes da Madroa para instalar a Loja do Cidadão e um Centro de Acolhimento Empresarial. A proposta mereceu a abstenção dos vereadores do PSD e do CDS-PP.

Na discussão, o vereador do PSD, Bruno Fernandes, comparou o processo da instalação da loja do cidadão a uma novela brasileira. "A 'novela' que teve mais episódios foi a Chiquititas, com 807 capítulos e esteve em antena quatro anos", disse, observando: "a novela da loja do cidadão bate essa e é uma novela da vida real vimaranense, pois, já tem 16 anos, com zigue-zagues e duas temporadas, uma no tempo do Dr. António Magalhães e outra agora".

Bruno Fernandes historiou o processo que começou por apontar a Loja do Cidadão, em 2007, "para o edifício do antigo posto de saúde da Oliveira, seguindo-se a indicação depois a indicação de que seria num espaço central da Cidade, apontando-se o Centro Comercial de Santo António e uma parceria com o cineasta Rodrigo Areias. Entretanto, surge a informação de que ficaria situada num imóvel municipal, na antiga Casa do Leite. E agora a Loja do Cidadão é anunciada para a Fábrica da Madroa. É uma estória que está empolgante!"

"A maioria pensa que o Município é do PS, o tempo, os mandatos não têm importância. Fizeram uma OPA ao Município. O Presidente vai acabar o mandato sem ter a Loja do Cidadão. Aliás, tenho dúvidas sobre a utilidade desta Loja do Cidadão", continuou, ao lembrar que o Presidente da Câmara tinha defendido a instalação deste serviço no centro da cidade por ser uma âncora para o comércio. "Assiste-se a uma cambalhota. As decisões têm de ser tomadas e executadas. O comércio tradicional está a definhar com a falta de incentivos", comentou, justificando a abstenção "como um sinal de censura ao processo".

Ao reagir à intervenção, o Presidente da Câmara começou por questionar: "onde é que este Executivo não corresponde ao processo democrático?" "Fomos escolhidos pelos eleitores para sermos os seus representantes. Em nenhum momento aceito que diga que o PS fez uma OPA ao Município... É feio! Mas, o sr. disse... não é bom que se repita. A legitimidade deste Executivo é total".

Já em relação à cronologia apresentada pelo vereador do PSD, Domingos Bragança salientou que "nestes 16 anos aconteceu muita coisa", ao fazer referência à criação do Balcão Único de Atendimento no Município e à rede de Espaços de Cidadão que funcionam "espalhados nas freguesias em todo o território do Concelho". "Apesar disto, a Câmara Municipal quer a Loja do Cidadão porque comportará serviços integrados dos diferentes organismos do Estado, como a Segurança Social e as Finanças. Continua a existir muita população sem competências digitais", argumentou, dizendo que fez todas as diligências possíveis para que a Loja do Cidadão ficasse instalada na Rua de Santo António. "O Município não pode fazer negócios em segredo, tem de ter toda a clareza e transparência", prosseguiu referindo-se ao interesse em instalar o serviço no edifício do Centro Comercial Santo António. "O preço foi apresentado pelo perito avaliador e sempre disse que não avançaria para a expropriação. A centralidade de Guimarães não é no Largo do Toural, nem na Rua de Santo António. Couros é central, as Hortas é central", defendeu, rematando considerando "lindíssimo" o edifício da Fábrica da Madroa".

O Município vai adquirir o imóvel pelo valor de um milhão 170 mil euros.

Marcações: Executivo vimaranense, Loja do Cidadão, Fábrica da Madroa

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