90 doentes curados graças a tratamento inovador contra a hepatite C no Hospital de Guimarães

Tem sido um êxito o tratamento com os novos antivirais contra a hepatite C, administrado aos pacientes no Hospital Senhora da Oliveira (HSO), em Guimarães. Neste momento, no Portal da hepatite C, o Hospital tem 90 doentes que concluíram tratamento, dos quais já têm resposta virológica sustentada às 12 ou 24 semanas e todos já se encontram curados.

O Presidente do Conselho de Administração do HSO mostra-se satisfeito os resultados, ao fazer o balanço da aplicação desta terapêutica inovadora. Delfim Rodrigues regista que "antes do acordo do Ministério da Saúde com o laboratório Gilead, realizado em Fevereiro de 2015, os doentes apenas eram estabilizados e não curados", apontando para as orientações emanadas do Infarmed a propósito da terapêutica inovadora. "Estas novas opções terapêuticas visam atingir níveis de eficácia superiores aos tratamentos tradicionais, encurtar os tempos de tratamento, simplificar a administração e melhorar a tolerabilidade e a adesão dos doentes. O medicamento em causa é realmente inovador face ao passado, uma vez que tem em vista a cura do doente. Aliás, o acordo estabelecido prevê o pagamento por doente tratado, e não por embalagem dispensada", elucida o responsável da unidade hospitalar.
Para Delfim Rodrigues, "o balanço é muito positivo".  "O nosso hospital foi dos primeiros hospitais no País a aderir a esta forma inovadora de tratamento. A média da idade dos doentes com indicação para tratamento ronda a faixa etária entre os 40 e os 50 anos. Uma morte na doença hepática crónica em relação a doentes desta faixa etária, corresponde a um comprometimento de anos de vida entre 20 a 30, atendendo à esperança média de vida dos portugueses. Por isso, naturalmente vamos continuar a tratar todos os doentes que, do ponto de vista médico", realçou. "Além dos 90 doentes já curados, com uma resposta virológica sustentada, estamos com mais 70 doentes em tratamento, homens e mulheres", acrescentou.

Os pacientes que já foram declarados curados da infecção da hepatite C vão continuar a ser acompanhados no HSO. "Como é um medicamento inovador, temos de medir as consequências futuras. São pessoas que regressam à sua vida absolutamente normal, à sua vida familiar, social, profissional, mas que, naturalmente, mereceram também o nosso acompanhamento", explicou Delfim Rodrigues. 

O vírus da hepatite C é um problema de saúde pública, uma vez que pode evoluir para doença crónica do fígado, cirrose e cancro do fígado, podendo ser fatal numa elevada percentagem dos casos e acarretar elevados custos pessoais e sociais. Sendo um tratamento com custo significativo para o Estado, o responsável sublinha que "já existiu uma redução para 1/3 do preço inicial por doente. Este é um processo evolutivo, dependendo do número de doentes em tratamento, até mesmo ao nível nacional, conforme o acordo estabelecido. Pode dizer-se assim que a tendência é para que o custo unitário por doente tratado continue a baixar".

Com efeito, "o medicamento é distribuído gratuitamente às pessoas referenciadas pelos serviços hospitalares, sendo disponibilizado através da farmácia do HSO. "Na disponibilização de medicamentos gratuitos temos uma despesa de 55 mil euros por dia", advertiu Delfim Rodrigues, realçando que o doente" toma o medicamento de acordo com as indicações médicas que lhe foram fornecidas e depois, periodicamente, dirige-se ao hospital de acordo com o calendário que o médico faz". Posteriormente, "o doente efectua a monotorização, através de exames para ver como está a reagir ao medicamento". Os resultados têm sido muito animadores, com "todos os doentes que terminaram tratamento a ficaram curados".

Marcações: Saúde

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