Junta de Moreira de Cónegos está a devolver a dignidade aos fontanários públicos da vila

O que representa um fontanário para a comunidade? A resposta à questão está a ser dada em Moreira de Cónegos, com a execução de um projecto de requalificação dos sete fontanários existentes, num processo em que a Junta de Freguesia procura devolver a dignidade aos elementos arquitectónicos que simbolizam uma conquista profundamente enraizada "na alma do povo".
O conjunto formado pela fonte e pelo respectivo lavadouro «da Baixinha», como é localmente referenciado, já renasceu para uma nova vida, com as obras de renovação que ficaram concluídas e que podem ser apreciadas pela população nesta quadra festiva.
No seguimento da criação da Brigada Verde na Vila, precisou o Presidente da Junta, surgiu a oportunidade de concretizar uma intervenção que há muito estava sinalizada, contando com o "apoio e entusiasmo" revelado pelo Presidente da Câmara quando visitou os fontanários e tomou conhecimento do estado de degradação em que se encontravam. António Brás Pereira justificou que graças à colaboração e envolvimento da Câmara Municipal todos os fontanários serão reabilitados e devolvidos à fruição do público, permitindo às novas gerações conhecer a importância que tinham outrora na vida e no quotidiano das gentes.

"Eles são propriedade do povo", assinalou o Autarca, ao dar conta que existem sete em Moreira de Cónegos, "todos localizados em lugares muito populares". "As pessoas com mais idade sabem melhor a importância de uma fonte e de um tanque público. A água é um bem sagrado e antigamente não estava acessível como hoje", observou, reconhecendo que a extensão das redes de distribuição de água e a abertura de poços garantir melhores condições às populações. "Agora já ninguém vai de cântaro à cabeça para casa após recolher a água necessária para cozinhar, para tomar banho... Ainda há quem use o tanque público para lavar roupa, mas aquilo que há três dezenas de anos era normal - ir à fonte diariamente - já não é uma necessidade", continuou o Presidente da Junta que não se conformou com o estado de degradação. "A deterioração era muito acentuada e, por isso, resolvemos, juntamente com a Câmara Municipal, estar atentos à importância destes elementos para a sensibilização ambiental e para a valorização do património da Vila", explicou, acrescentando que a proposta de reabilitação foi apresentada à Autarquia, acompanhada de um dossier com a caracterização de cada um daqueles bens patrimoniais.

Excerto do texto publicado, na edição de 24 de Dezembro de 2018, do jornal O Comércio de Guimarães.

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