"Um hino à liberdade" na celebração do Dia Internacional da Mulher em Guimarães

A escrita combinada com a música e com a reflexão sobre o papel da mulher na sociedade preencheram a iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Guimarães para assinalar o Dia Internacional da Mulher.

Numa sessão realizada na Plataforma das Artes e da Criatividade, com a parceria da Associação dos Direitos Humanos de Guimarães, Alexandra Ferreira apresentou o seu livro intitulado "Sombras sem Rosto" que constitui "um hino à liberdade", numa narrativa povoada por mulheres que" ao longo da sua vida se afirmaram com escolhas, com posições, com desafios, com opções que nem sempre eram as que queriam, mas que tiveram que de as assumir em função do enquadramento da vida, nomeadamente antes do 25 de abril de 1974, que as impossibilitava de seguirem livremente o seu destino". "A mensagem principal é que nós somos aquilo que nos é possível ser. Somos fruto de um momento, de uma história, de um contexto e as nossas escolhas como mulheres são muito condicionadas pela nossa família e pela nossas opções, mas também conseguimos afirmarmo-nos na sociedade", considerou a autora.

Em declarações prestadas ao Grupo Santiago, Alexandra Ferreira desafiou: "as mulheres através do seu papel activo mostram que são tão capazes de ir mais além e conquistar os sonhos".

Engenheira civil de formação, Alexandra Ferreira partilhou a sua experiência profissional numa área em que está mais representado o género masculino. "Quando entrei na Faculdade éramos 120 alunos, 20 mulheres e 100 homens; quando comecei a trabalhar foi num mundo de homens, ligado à construção de auto-estradas, um mundo muito masculino; tive uma passagem engraçada, quando ouvi um chefe dizer: "vamos dar-lhe a oportunidade de ela ir para obra'. E quando lá cheguei, sentia que toda a gente me via como uma menina. Os funcionários continham-se ao ver ali uma mulher em obra. Eu aproveitei esse facto para me afirmar com o meu trabalho, com as minhas capacidades. Se nos afirmarmos com respeito e com dignidade conseguimos mostrar aos homens que somos tão capazes... Mas temos de trabalhar mais", reconheceu, durante a breve entrevista, ao lado da mãe, Alcina da Conceição Ferreira, de 83 anos, e da jovem vimaranense Maria João Soares que recentemente conquistou o 2.º lugar na final da 11ª edição do “The Voice Portugal”.

A artista interpretou diversos temas e confidenciou que "a mãe, as avós e a prima" são as mulheres de referência na sua vida. "É no exemplo delas que encontro a forma para sonhar e lutar pelo meu lugar", referiu a jovem, na iniciativa que serviu para reforçar o compromisso local com a promoção da igualdade e da justiça.

A sessão contou com a presença da vereadora da Acção Social e Conselheira Municipal para a Igualdade, Paula Oliveira, bem como representantes da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).

 

Marcações: dia internacional da mulher

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