Kewin: "Primeira época no Moreirense foi boa para o meu crescimento como jogador"

Como avalia a sua primeira experiência no futebol português? Qual o balanço que faz a nível pessoal?: "Só posso entender que foi uma uma época muito positiva porque tive a oportunidade para aprender muito. Encontrei uma realidade diferente daquela a que estava habituado no Brasil, por isso tive de me adaptar a toda esta realidade. Tive de entender como funciona o futebol português dentro do campo e a cultura do país. Mas, acabou por ser um ano muito importante para mim, de grande crescimento a nível pessoal. Não joguei tanto como pretendia, dentro das expectativas daquilo que era o melhor para mim, mas no geral foi uma boa época para o meu crescimento como jogador".

Quais foram as principais dificuldades que encontrou para se adaptar ao futebol português, depois de se ter destacado no Brasil?: "A principal dificuldade foi mesmo a lesão que eu sofri no arranque dos trabalhos. Quando eu cheguei tive uma fractura no quinto metatarso que me levou a perder a pré-época e o arranque do campeonato. A pré-época é importante para entender o que o treinador deseja, para nos adaptarmos aos companheiros de equipa e a lesão acabou por me prejudicar. Como fiz a formação no Red Bull do Brasil, um clube que tem uma mentalidade europeia, já tinha mais conhecimentos até porque já tinha realizado um estágio no Red Bull Salzburgo. É claro que o futebol português tem as suas próprias características e tinha sido melhor para mim estar no relvado desde a primeira hora".

Foi difícil lidar com a concorrência do Mateus Pasinato, que era a aposta do clube para o lugar de titular?: "Já conhecia o Mateus Pasinato do Brasil, tive a oportunidade de acompanhar o trabalho que ele realizou lá, até porque chegamos a defrontar-nos. Sabia do potencial dele, quando vim para o Moreirense já sabia que ele tinha sido o guarda-redes com mais defesas na época anterior e que se tinha destacado em Portugal. Sabia que a concorrência era forte, mas estava preparado para uma 'briga' boa. A lesão atrapalhou-me muito, perdi um tempo que era precioso em que é definida a equipa que começa a temporada. Acabei por ser prejudicado pela lesão que tive".

O que aprendeu neste primeiro ano no futebol português que vai ajudá-lo para o futuro?: "Como ser humano, pai de família, tive uma experiência muito grande. Vim com a minha família para um país diferente, tive de amadurecer muito para poder evoluir dentro daquilo que eram as minhas expectativas. Em termos tácticos adaptei-me o mais rapidamente possível e fiquei a conhecer conceitos que funcionam em Portugal e no Brasil não".

O Moreirense acabou a época na primeira metade da tabela classificativa. A temporada acabou por ser boa?: "O grupo sai desta longa época com o sentimento do dever cumprido. Como grupo, acreditávamos que podíamos ter ido mais longe, podíamos ter ficado numa posição melhor na tabela classificativa. Mas, todos sabem que houve três mudanças de treinadores ao longo da temporada e tivemos de viver processos de adaptação para podermos trabalhar como eles desejavam. Para haver entrosamento é preciso tempo e não é fácil quando se tem três treinadores numa temporada. O grupo foi guerreiro, uniu-se para tentar abraçar as ideias de quem chegava o mais rapidamente possível".

Acreditavam que podiam ter chegado mais longe no campeonato, com o 6.º lugar?: "Saímos da temporada com o sentimento de que se não tivessem acontecido as várias mudanças de equipas técnicas poderíamos ter terminado o campeonato numa classificação ainda melhor do que aquela que atingimos".

Como é que o grupo lidou com as várias mudanças na equipa técnica?: "O grupo reagiu sempre muito bem às várias mudanças que foram feitas. Os jogadores entenderam que o mais importante era o Moreirense e não aquilo que era melhor para cada um. Não vale a pena pensar se foi certo, ou não, assistirmos a essas mudanças de treinadores. Todos os jogadores deram a vida pelo grupo, pelo treinador. Os atletas deram tudo pelo Moreirense, portaram-se muito bem".

No fim da época, muitos jogadores têm elogiado o grupo que se formou. O plantel foi mesmo uma verdadeira família?: "O nosso grupo foi incrível. Dentro do balneário conseguimos formar uma família mesmo com as adversidades que sentimos e a pressão que vivemos. Há sempre a pressão dos resultados, temos de dar sempre o nosso melhor, ainda para mais uma época marcada pela pandemia. Muitos dos jogadores estavam longe das suas famílias, das esposas e dos filhos que não conseguiam entrar no país. Num cenário de muitas dificuldades, abraçamos os nossos colegas, compramos todos as ideias uns dos outros, lidamos com as dores uns dos outros e isso fez com que formássemos uma verdadeira família. Com toda a certeza, vou levar este grupo para o resto da vida".


Marcações: Moreira de Cónegos, Moreirense Futebol Clube, Kewin

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