Atraso na construção da via do Avepark está a afastar investidores de Guimarães

O impasse quanto ao início da construção da via do Avepark está a afastar investimentos e a interferir na atratividade daquele Parque de Ciência e Tecnologia. A posição foi assumida pelo Presidente da Câmara de Guimarães na reunião do Executivo vimaranense, ao insistir na defesa da execução do projecto que está financiado com 40 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, em resposta a uma intervenção do vereador do PSD, Bruno Fernandes.

No período antes da ordem do dia, o representante social-democrata lamentou que a empresa Petrotec, com sede no parque industrial de Ponte, tenha decidido expandir-se para a Póvoa de Lanhoso, por não ter alternativa para a sua instalação em Guimarães. "Este caso deveria levar o Município a reflectir sobre os motivos que levam as empresas a encontrarem instalações noutros concelhos para darem sequência às suas estratégias. Já tivemos o caso das empresas AMF e da ICC. Não são apenas os sectores tradicionais que sentem esta dificuldade, também as empresas tecnológicas", considerou, ao observar que o investimento que o Município faz nas parcerias que estabelece com os centros de investigação da Universidade do Minho e outras instituições ligadas à inovação e desenvolvimento não tem correspondência depois na fixação das empresas no território concelhio. "Tem que se resolver a questão dos parques industriais. O Município está a negligenciar este sector", sublinhou Bruno Fernandes, aproveitando o momento para questionar a maioria socialista sobre a evolução do projecto da Academia de Transformação Digital.

Na reacção, o Presidente da Câmara de Guimarães começou por afirmar que ao assumir as competências do desenvolvimento económico "obriga a reserva e descrição", indicando que "quem anunciar antecipadamente os negócios que se possam concretizar num determinado território está a aumentar a concorrência quanto a esses investimentos". "Os grandes investimentos são difíceis de obter e têm um tempo longo de negociações para serem concretizados", continuou Domingos Bragança, acrescentando que tem trabalhado na captação de desenvolvimento estrangeiro juntamente com o Governo e várias entidades públicas, ao precisar que ainda ontem recebeu uma comitiva de um gigante tecnológico mundial, com sede no sudeste asiático, que visitou o Avepark.

Referindo que está a acompanhar a expansão estratégica da Petrotec, o Edil salientou a dimensão mundial do projecto, indicando que a empresa não está a deslocalizar-se. "A sede é em Guimarães e segundo a informação que disponho, a Petrotec adquiriu uma área de grande dimensão nas proximidades do Avepark onde irá fazer o seu redimensionamento", salientou, vincando que "a acessibilidade é essencial".
O Presidente da Câmara sublinhou que "as grandes empresas não se instalam num território por simpatia, mas por terem condições de contexto e de cooperação, integradas num sistema de investigação e ciência para fixarem-se". "Temos um ambiente favorável, boas expectativas de aceitação, mas surge a questão: e a via do Avepark? Está para breve o início da obra? A nossa resposta é que está financiada pela Câmara porque há questões de Tribunal que precisamos de aguardar a decisão. Nos contactos que temos mantido, sinto que o final poderia ser a cereja no bolo e actual situação acaba por ser algo que vem estragar a atratividade, embora continue a garantir que a via é para se fazer!", apontou, reagindo à intervenção de Bruno Fernandes, reconhecendo que o projecto da Academia de Transformação Digital tem sofrido atrasos.

O Presidente da Câmara de Guimarães sustentou que ao nível da acessibilidade é preciso "uma Avenida a ligar Guimarães à vila de Caldas das Taipas", considerando que essa requalificação exige a "construção de uma variante à zona Norte do Concelho".

Num outro momento da sessão, as questões de mobilidade à vila das Caldas das Taipas levaram o vereador do PSD, Ricardo Araújo, a insistir na requalificação da estrada Nacional 101 até à vila das Taipas e a importância de estudar a criação de um nó de acesso à auto-estrada A11.

Na reunião, a vereação aprovou a atribuição de um voto de louvor ao guitarrista vimaranense Manuel de Oliveira, após o álbum «Ibéria 20/22» do músico vimaranense ter sido distinguido com o prémio Carlos Paredes 2023.

Com uma agenda com 78 pontos, todas as propostas foram aprovadas por unanimidade.

 

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