FOTOS: Mais de três mil pessoas voltaram atrás no tempo com o Guimarães Yé-Yé

Mais de 3000 pessoas viajaram, no último sábado, com a associação cultural “Ó da Casa!” até aos tempos do Yé-Yé, revivendo uma época de contracultura em Portugal. Uma cidade vestida a propósito e um sol radioso receberam, no passado dia 5 de Maio, o Guimarães Yé-Yé.
Ainda não tinha tido início o primeiro espectáculo agendado para o dia e já se podia ver pelas ruas o espírito Yé-Yé. O comércio foi um dos grandes aliados da iniciativa e quem estivesse mais atento poderia reparar que também as montras estavam vestidas à época: discos de vinil numa loja de artesanato, óculos antigos numa barbearia, mobiliário dos anos 60 numa florista, gira-discos um pouco por todo lado, padrões psicadélicos, publicações com mais de 50 anos... Imaginação não faltou aos comerciantes, que levaram a sério a iniciativa, e vestiram a camisola Yé-Yé.

A entusiasmada peregrinação começou na Casa Velha (casa privada de José Jordão), que abriu as suas portas ao Projecto Xata e a quem o quisesse ver. A multidão, que se espalhou pelos sofás, cadeiras, bancos e até pelo chão – num ambiente totalmente informal – riu e relembrou algumas histórias da cidade e do Yé-Yé, com textos de Pedro Bastos, interpretados por esta dupla de actrizes  (a Tânia e a Xana).

Quase na porta ao lado os Kings, numa clara homenagem aos Beatles e ao seu concerto no telhado do edifício da Apple Records, em Londres, em 1969, tocaram no terraço do Cineclube de Guimarães. Um mar de gente aplaudiu e dançou ao som da banda, que já anda a rockar há 50 anos, e que, apesar disso, se mostrou surpreendida por ainda arrastar tantos fãs. Os que não quiseram subir ao telhado ou já lá não arranjaram lugar, puderam espreitar o concerto num ecrã colocado na rua, dançando ao som das notas musicais que vinham do céu.

Eduardo Morais, no auditório do Patronato, trouxe uma lição de história da música às dezenas de pessoas que assistiram ao seu documentário “Meio Metro de Pedra” e mostrou o que nunca tinha sido mostrado, no cinema português.  Acompanhado por Carlos Moura – da influente banda Cães Vadios –, no final da projeção, falou do seu filme, das dificuldades que teve de superar para o fazer e de todo o processo da realização, em resposta a um público curioso e interessado.

A festa foi encerrada no Convívio ao som dos DJ’s “Ternos de Espadas”, que animaram os mais noctívagos que vinham vestidos a rigor, para recordar os bons velhos tempos. Os mais resistentes aguentaram até quase ao amanhecer, altura em que foi necessário viajar novamente até 2012.

Marcações: Cultura

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