A Arte de ser Vimaranense
É o dia de Guimarães mas é, igualmente, o dia do vimaranensismo.
A par de uma série de acontecimentos preocupantes ocorridos recentemente na cena internacional, sobretudo em Israel, fomos acometidos no panorama nacional, praticamente ao longo de toda a passada semana, por sucessivos e tristes acontecimentos que atingiram de modo especial um dos maiores e mais prestigiados clubes do futebol português, o Sporting Clube de Portugal e, de um modo geral, todo o futebol e todo o desporto nacional.
“Quando a caravana se pôs em marcha, segui-a até à estrada. (...) Não é todos os dias que aparece nas nossas vidas um elefante.”
José Saramago. A viagem do elefante. 2008.
Comemora-se hoje, Quarta-feira, dia em que é publicado este número de “O Comércio de Guimarães”, o 44º aniversário do 25 de Abril, “A Revolução dos Cravos”, importante marco histórico do século XX que assinala o fim do regime político instaurado em Portugal por Oliveira Salazar no seguimento do movimento do 28 de Maio de 1926 que, comandado pelo Marechal Gomes da Costa a partir de Braga, pôs fim ao período negro da nossa história que se seguiu à implantação da República em 5 Outubro de 1910.
Em reunião de Câmara realizada na passada quinta-feira, a propósito de uma proposta de aquisição de serviços pelo município à empresa municipal VITRUS, direcionada, desta vez, para a urgente limpeza dos materiais combustíveis nas faixas de segurança contra incêndios, tive ocasião de fazer uma intervenção desenvolvida com base numa reflexão acerca de algumas das diferenças que nos distinguem no tocante à governação do município.
Toponímia de género
O título, que significa algo como “Que tempos! Que costumes!” é da autoria de Cícero, polifacetado intelectual romano nado e falecido nas proximidades do dia em que Cristo veio ao mundo, e visava a crítica dos costumes então modernos, que ele tinha por carregados de devassidão, falta de ética, de princípios e de honestidade.
Anda a atualidade inundada por questões e reflexões atinentes a uma matéria sobremaneira sensível: o assédio sexual!
Felizmente que atos de assédio sexual estão já definidos como crime e como tal punidos por lei.
Normalmente quando se fala no assunto, o que de imediato vem à mente são aquelas situações em que o criminoso é masculino sendo feminina a vítima. Com razão, julgo, pois é assim que acontece na grande, enorme, maioria dos casos.
Será ainda muito difícil objectivar a dramática tragédia humana dos incêndios que devastaram o País no ano passado. E por isso é muito cedo para, friamente e sem despertar emoções, se discorrer sobre as suas causas que, no entanto, algumas, têm uma acuidade muito visível. Sobretudo quando se desviam as atenções, e obrigações, para todos aqueles detentores de floresta que, sem terem sido afectados, poderão, potencialmente e numa generalização assaz discutível, estar em hipotéticas situações de os poderem provocar (não obstante serem os menos interessados na sua verificação, pelos prejuízos imediatos que daí lhes advirão).
As memórias são como as cerejas. Vê-se uma pessoa, um lugar ou uma coisa, ouve-se um som ou uma melodia, uma palavra ou uma frase, algo que seja captado pelos sentidos, e aí temos uma vertiginosa sucessão de lembranças encadeadas umas nas outras, que se fôssemos a relatá-las todas tal como nos aparecem no filme da memória e