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O Natal

Mas mais chocante ainda é assistir à hipocrisia de alguns fariseus dos tempos de hoje, que, vivendo nas sociedades ocidentais de forma egoísta, em riqueza e abundância por vezes obscenas, esquecem os pobres, os famintos, os doentes, os perseguidos, os injustiçados e os explorados de outras regiões do globo que procurando, desesperadamente, encontrar condições para uma vida digna, acabam, muitas vezes, sepultados nos mares ou entalados contra muros.

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Ah! o Monte do Cavalinho

Há raízes de que não conseguimos libertar-nos. Uma delas é a da antiguidade clássica. Essa, está-nos entranhada no sangue como saimel em arco de que representamos a chave contemporânea. E uma dessas suas componentes culturais, ainda que não identificável usualmente com as artes, é a da democracia ateniense. Nesse particular, nós cidadãos do presente e como escreveu o romântico François-René Auguste, mais ou menos, “sommes tous des grecs”.

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Juro

Dois momentosos assuntos são o tema para esta crónica e, evidentemente, para o juramento que, proferido, lhe dá o título;
Um, touradas
Dois, pedreira de Borba

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O ovo de Colombo

É conhecida a expressão, e o significado de, o ovo de Colombo; seja o subterfúgio da sua autoria, ou não e refira-se à viagem para o outro lado do Atlântico ou ao mais antigo projecto da cúpula do Duomo de Florença.

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45 minutos

Desde 09 de janeiro de 2006, data em que a Parca da roca e do fuso suspendeu a fiação da li-nha que para mim tecia mas, porventura porque a mana da tesoura estivesse a afiar o instrumento do corte, resolveu continuar, assim me ficando delas, Parcas, apenas o susto, e a recomendação, por quem se dedica a esticar o mais possível a linha que para cada um dos vivos elas tecem, de diariamente dedicar cerca de quarenta e cinco minutos da minha poupada vida a caminhar em passo de quem não quer chegar atrasado ao destino, que é precisamente o minuto 45 a contar daquele em que tiver partido.

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Infarmed sim, Infarmed não

Não há presente sem passado.
Tal qual a vida de cada um, a sociedade também consiste num processo que se arrasta à superfície do planeta há milhares de anos; centenas de milhares mesmo. E o que somos hoje, todos os humanos, é o resultado em movimento desse caminhar e das diversidades que entre nós se foram gerando. Ora, como será de fácil compreensão, a menorização que, por vezes, se faz do deixado para trás e, pior, o seu desconhecimento, pode não permitir uma leitura coerente da actualidade, desirmanando-a da sucessão que é e provocando a tendência para isolamento dos acontecimentos, como se, muitas vezes e na evidente diferenciação de circunstâncias, as suas causas remotas não proviessem de embriões que viram a luz nesses idos tempos.

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Plataforma das Artes

Estive pessoalmente envolvido nos ante­cedentes do conteúdo da Plataformas das Artes e da Criatividade, o que resultou não só de solicitação nesse sentido, mas igualmente pelo gosto e interesse que há muito era o meu de que Guimarães fosse dotada de uma estrutura cultural no âmbito das artes plásticas, pois que para praticamente todas as demais artes, a nossa cidade estava já suficientemente dotada de infraestruturas bastantes, de qualidade e, para mais, geridas de modo a fazer delas corpos cheios de vida e cumpridores da função que lhes foi destinada.

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As exposições da Muralha

 
““(...)[falava] estoicamente de si próprio e dos outros com azedume. Tudo lhe desagradava. Não havia homem bem colocado que não fosse cretino ou canalha.”
Gustave Flaubert. A educação sentimental. 1869.
 
A Muralha, as­so­ciação de Guimarães para defesa do património tem hoje abertas ao público de forma gratuita duas exposições. Uma delas – Guimarães. Património. Registos. – patente na extensão do Museu de Alberto Sampaio, vai fechar no final desta semana e por isso quem não a viu poderá ainda visitá-la até sexta-feira. A outra exposição – Da Muralha – está disponível para visita no Guimaraeshopping, piso 1, durante os próximos meses e encontra-se integrada nas Festas Gualterianas de 2018.

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Euforia ilusória

Depois de um período de forte depressão económica iniciado em 2008 com o rebentamento da crise da bolha imobiliária nos Estados Unidos, que acabou por contagiar a banca europeia, sofreu Portugal as consequências de ser um país fortemente endividado, tendo o Estado e toda a economia nacional ficado à mercê dos mercados financeiros internacionais.

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Espírito natalício

“As primeiras vivências são, na sua maior parte, inacessíveis. Histórias recontadas, recordações de recordações, reconstituições que assentam na erupção súbita de um estado de espírito”
Tomas Tranströmer. As minhas lembranças observam-me. 2012.

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As Gualterianas

Apesar de não terem sido convidados alguns reconhecidos estudiosos das festas Gualterianas que com seus profundos conhecimentos poderiam ter enriquecido o debate, oxalá que a jornada realizada possa ter servido para uma reflexão capaz de projectar umas festas da cidade que a todos nos orgulhem.

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A vertigem

 
“Não quero alcançar a imortalidade através do meu trabalho; quero alcançá-la não morrendo. Não quero viver no coração dos meus compatriotas; quero viver no meu apartamento.”
Woody Allen. The illustrated Woody Allen Reader. 1993.
 
Em boa hora um par de amigos ofereceu-me os livros de Yuval Noah Harari, um historiador israelita cujos livros são atualmente estrondosos (e merecidos) best-sellers. Harari fala sobre a evolução humana e muitas vezes “perde-se” numa mesma ideia que reformula ao longo dos seus livros, em estilo mas não em conteúdo. O escritor simplifica as ideias que nos pretende transmitir em torno de factos que marcaram a evolução humana. E, como sabemos, é bem mais difícil simplificar do que complicar.

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Mobilidade

Tal como em reunião de Câmara tive ocasião de referir, reconhecendo a importância e a necessidade das ciclovias na ligação da cidade aos seus principais polos urbanos como Pevidém, Moreira/Lordelo, e S. Torcato, entendemos que a ciclovia prioritária deveria ser, claramente, a da ligação da cidade à vila das Taipas, acompanhando a requalificação da Estrada Nacional 101, por ser esse o itinerário que mais impacto tem na vida dos vimaranenses, tendo em conta os 40.000 que residem na zona norte e por onde diariamente circulam 20.000 automóveis.

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Cães no desemprego

““Um laço de 15000 anos gerou uma compreensão e um afeto muito profundo entre seres humanos e cães do que entre quaisquer outros animais. Em alguns casos, os cães mortos até eram enterrados de forma cerimonial, tal como os seres humanos.”
Yuval Noah Harari. Sapiens, de animais a deuses. 2011.

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Ânsia do Poder

Tendo eu nascido nos primeiros anos da década de 50 do século passado, ain­da Portugal e so­bretudo a Europa se recompunham das consequências desastrosas da segunda Gran­de Guerra Mun­dial e vivendo num país sob regime autoritário, pouca ou nenhuma foi a minha vivência política. Só a partir de 1970, ano em que dei entrada na universidade, a qual vivia a reforma Veiga Simão surgida como resposta à cri­se académica no seguimento dos mo­vimentos do Maio de 68 em Paris, tomei contacto e consciência do que era a falta de liberdade e de algumas das suas principais consequências.

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O Pipo

““Vê-se o pequeno lavrador que desceu dos montes para banhar as suas enfermidades. Traz um lenço na cabeça, por baixo do chapéu, atado ao queixo, amplas chinelas de couro cru, longo capote de cabeções.”
Ramalho Ortigão. As praias de Portugal: Guia do banhista e do viajante. 1876.

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Reflexões que Guimarães tece

 
 
“... et de l’originalité du milieu indigéne préroman dont l’organisation sociale et la mentalité religieuse témoignaient d’un individualisme marqué.”
Alain Tranoy, La Galice Romain, pags. 13, Difusion de Boccard, Paris, 1981.

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Belchior

O Belchior, meu colega de curso, era um homem afabilíssimo, um magistrado de eleição e, sob uma aparência de timidez que lhe conferiam a estatura algo menos que meã, a anatomia levemente arredondada e uma expressão de permanente doçura, era dotado de um enorme sentido de humor e, sem que nunca mo tenha confessado, nem eu conheça a quem o tenha feito, teria uma enorme vocação para ator.

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